Jenifer Santos

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Monte Olimpo

Suspiro, embaraçado, _Psiquê Não adianta, eu não quero ficar com você._ Ela leva a língua até o céu da boca e me dá um soco no peito. _Tá, mas a gente seria um belo casal, seu chato. Talvez se você acertasse suas flechas em você mesmo, aí você se apaixonaria por mim._ Eu reviro os olhos e deixo um sorriso falso escapar. _Olha, você é minha amiga, e você devia entender isso. Não tô afim de me apaixonar agora.

A gente discutir mais um pouco até que vejo uma voz melosa me chamando:

_Cupido! Até que enfim te achei. Rodei o Olimpo inteiro tentando te achar._

Eu olho para ele de cima a baixo.

_Tá, o que você quer? E por que você fala cantando, meu Deus? Dá dor de cabeça, Pothos._

Ele revira os olhos e manda um beijo para Psiquê, que reage fazendo uma careta.

_Nossa, irmãozinho, precisa falar assim? Tá ficando muito ignorante. Eu só vim falar que a queridíssima Nix está chamando você._

Nessa hora, eu só consegui sentir meu sangue gelar. Por que uma das maiores deusas está me chamando? Volto ao normal quando uns dedos delicados estalam na minha frente, fazendo eu voltar ao normal.

_Amigo, calma. Não deve ser nada de mais. Tipo, uma deusa muito importante te chamando do nada não tem nada de estranho nisso, né?. Psiquê fala rindo desengonçada e remexendo de um jeito muito esquisito. __Tá, eu não ajudei muito.

Pothos suspira e força um sorriso para deixar o clima melhor.

_Tá, agora é melhor você ir logo.

Eu devolvo um sorriso para os dois e me despeço, seguindo em direção ao chamado da deusa. Meu coração acelera, e minha mente se enche de perguntas. O que Nix, a senhora da noite, deseja comigo?.

(...)

Tártaro submundo

Nunca estive tão tenso em toda a minha vida. Para tentar amenizar a situação, começo a observar o lugar. As paredes são escuras e apresentam entalhes intrincados, arcos pontiagudos e abóbadas nervuradas. No meio da sala, há dois grandes sofás de couro pretos. Entre os sofás, encontra-se uma mesa de centro com diversos objetos decorativos. O teto possui um lustre ornamentado, adicionando ainda mais sofisticação ao espaço.

Enquanto eu observava o lugar, senti uma energia muito forte. Olhei para o lado e vi uma mulher de cabelos pretos, olhos roxos e pele pálida, sentada no sofá. Parecia que ela havia chegado há pouco tempo, mas eu não percebi quando.

Ela me acenou com a mão, convidando-me a me sentar à sua frente. Seu olhar penetrante ainda estava fixo em mim, e eu me perguntei o que ela queria.

_ Eros _disse ela, com um sorriso nos lábios _, faz bastante tempo que não vejo você. E já está tão grande e bonito, graças à genética de Afrodite.

Eu forcei um sorriso, não muito entusiasmado com o elogio. Nix era conhecida por sua gentileza, mas eu sabia que ela tinha uma razão para me chamar ali.

_A Nix não precisa ser tão gentil respondi _, e pode me chamar de Cupido se quiser.

Ela riu, e todo o seu rosto se iluminou. Era um sorriso gracioso, mas eu sabia que havia algo mais sério por trás disso.

_ Cupido, vou direto ao ponto _ disse ela, inclinando-se para a frente _. Você sabe que Hipnos fugiu para o mundo humano, não é?

Assenti. Hipnos, o deus do sono, havia desaparecido recentemente, e os rumores diziam que ele estava escondido entre os mortais. Zeus estava furioso com ele por causa de um "favor" que Hipnos havia feito para Hera.

Primeiro Desafio de EscritaOnde histórias criam vida. Descubra agora