Railane Assunção

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"O SUSTO"

Antônio arruma sua mochila de equipamentos e sobrevivência para percorrer uma trilha já conhecida por seus amigos. Ele sabia que naquela região existiam vários animais selvagens, mas Matheo, um de seus amigos, garantiu que não precisaria se preocupar com os animais e que a única ameaça seria os insetos.

– Não seja medroso. Vai ser irado!

Sem muitas escolhas termina de colocar seus pertences importantes dentro da mochila para que a viagem seja iniciada. Descendo as escadas com um chapéu ridículo que comprou em uma casa de conveniência para protegê-lo do sol, que bate com força em suas cabeças nota a chegada do seu outro companheiro que também fará o passeio planejado, estacionado em frente a sua casa o carro que pertence ao Nicolas que veio busca-los para iniciar a jornada.

– Vamos seus lerdos! Temos que aproveitar a luz do sol.

Sem muito esperar ambos colocaram seus pertences no porta-malas do veiculo e adentraram no mesmo e embarcaram em uma viagem longa com músicas tocando no rádio e seus amigos acompanhando a melodia para alegrar ainda mais o clima de fim de semana.

Ao chegarem ao destino final do veículo, que seria o começo de uma longa caminhada, descarregaram da traseira do veículo suas mochilas pesadas, culler térmico, barracas e demais bugigangas que julgaram necessário para uma noite inteira.

– Achei que iríamos fazer isso somente por um dia – Antônio faz a pergunta de modo surpreso com a quantidade de coisas que terão que carregar durante a caminhada.

Os amigos riem da sua expressão amedrontada e ignoram o seu comentário, distribuem o peso entre eles e começam a caminhada com os cantos para espantar o silencio da floresta e também como forma de motivação para continuar com a aventura.

O lugar, não era de fato assustador aos olhos curiosos de Antônio,  a luz do sol iluminando todas as árvores que estendia pela floresta um show de sombras e raios de sol que passavam pelas folhas, os cantos dos pássaros faziam aquele lugar ficar ainda mais convidativo.

Naquele momento ele se sentiu mais confortável e até mesmo confiante caminhando com seus amigos e agora realmente sem preocupação.

– Olha o bicho selvagem!

Matheo grita roubando a atenção do Antônio,  assustado com o anunciar, se esconde por instinto atrás do seu amigo e tremer como um animal indefeso. Quando finalmente toma a coragem para olhar onde o seu amigo estava indicando, para o animal que o fez se esconder, a vergonha toma conta de si e seu rosto o preenche em uma cor vermelha.

– Como você é um bundao! É só um esquilo.

Nicolas grita em meio gaitadas, sem se conter, curva seu corpo zombando do seu amigo. Antônio imediatamente se põe ereto e caminha pela trilha ignorando o feito anterior.

– Antônio, como nosso plano dará certo caso realmente encontrarmos um animal selvagem? Não esqueça que somos uma equipe e temos que ir embora juntos, nenhum ficará para trás!

Antônio ergue uma das mãos fazendo um sinal com polegar para cima, sem interromper a sua viagem para o lugar onde vão acampar.

Nicolas que havia planejado essa aventura, então o lugar onde iriam parar já estava demarcado e chegariam com tempo para montar as barracas. Porém o sol já estava se pondo e não haviam chegado ao destino, ambos continuavam andando sem preocupação, só que Nicolas agora começava a ficar desesperado com a possibilidade de ter se perdido no meio da mata.

O vento soprava forte e gelado e a escuridão começava a tomar conta do lugar, onde de início era um lugar acolhedor e de calmaria, começou a transparecer um lugar de mistério e assustador.

Primeiro Desafio de EscritaOnde histórias criam vida. Descubra agora