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Aline
4 horas antes da morte de Anderson

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Lemão para ao lado da porta de metal e solta a fumaça dos lábios, antes de destrancar ele me encara e estala a língua no céu da boca.

Lemão: Tem certeza? Tem certeza que quer ver ele assim?

Respiro fundo e engulo seco, aceno com a cabeça em concordância

Aline: Sim, eu preciso disso

Lemão balança a cabeça em destrava a porta de metal empurrando ela. Logo de cara já consigo sentir o cheiro de álcool e produtos químicos.

Ignoro o embrulho em meu estômago e entro junto com Lemão. Ele acende a luz e eu arregalo os olhos em choque vendo o estado que Anderson se encontrava.

Ele estava completamente diferente,algumas partes de seu corpo estava na carne viva,seu rosto todo ensanguentado e seu olho esquerdo já não se encontrava no lugar. Faltava alguns dedos em suas mãos e ela mal respirava.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu coloco a mão na boca. É inacreditável ver o homem que eu tento amei está nessa situação.

Lemão: Aline,se quiser sair-

Aline: Estou bem...

Digo e percebo quando Anderson levanta a cabeça, dou um passo pra trás quando ele da um sorriso mínimo.

Gavião: A-ali-aline... — Ele sussurra — Nã-não me ve-ve-veja assim...

Aline: O que você fez com sua vida? Você acabou com ela.

Lemão se encosta em uma mesa apenas observando nossa interação.

Aline: Você se autodestruiu Anderson,perdeu tudo, e está morrendo.

Gavião: N-não m-me arre- — Ele mesmo se interrompe gruinho de dor — não n-não me arrependo, não diga que não mereceu...

Balanço a cabeça em negação e me afasto dele, Lemão se desencosta da mesa e vai até Anderson dando um soco em seu rosto

Lemão: Não se arrepende filho da puta, não se arrepende de trair, não se arrepende de matar teu próprio filho, de acabar com tua família. — Lemão continua distribuindo socos e chutes em Anderson.

Apoio minhas mãos na mesa sentindo meu estômago revirar ao ver a quantidade de sangue que saia dele. O cheiro que estava também era horrível e estava quase insuportável de ficar ali.

Lemão me olha imediatamente e para de bater em Anderson e vem até mim.

Lemão: Quer sair? — Ele pergunta, indo limpar as mãos sujas de sangue em um pano que havia ali. — Vem,vamos

Olho pela última vez ele no chão, Anderson respirava com dificuldade enquanto me olhava.

Gavião: A...adeus...

Balanço a cabeça e saio da salinha, meu estômago continua embrulhado enquanto minha mente repassa as imagens dele naquele estado horrível.

Aline: Ele está horrível, ele... Deus,nem parece a mesma pessoa

Lemão: Ele está apenas pagando com as consequências de seus atos, Anderson merece tudo isso Aline, e ainda é pouco comparando a tudo que ele te fez passar. — Lemão fiz e puxa o radinho — Quer ir pra onde agora?

Aline: Vou pra casa, tenho que resolver algumas coisas do casamento

Lemão: Então vai casar mesmo? — Sorrio e aceno com a cabeça — Você merece, esse rapaz parece ser do bem. Mas qualquer coisa é só me chamar.

Aline: Pode deixar!

• 1 horas antes da morte de Anderson

Deito na cama bocejando enquanto Gabriel está no banheiro fazendo a barba. Enrolo meus cabelo na ponta dos dedos pensando em Anderson e o estado que ele estava.

Definitivamente ele não vai durar muito,talvez nem passe dessa madrugada. É uma pena tudo que aconteceu,mas como Lemão disso, é apenas consequências de seus atos.

Anderson só está pegando por tudo de mal que fez, para mim e várias outras pessoas.

Saio do transe sentindo as mãos de Gabriel em meu rosto, sorrio e ele deposita um beijo terno em minha bochecha.

Gabriel: Está tudo bem? — Concordo com a cabeça — Parece está meio distraída,tem certeza que está tudo bem?

Aline: Tenho, só estou pensando em algumas coisas,nada demais.

Gabriel: Está cansada?

Aline: Um pouco, nossa noite foi agitada — ele ri e deita ao meu lado

Gabriel: Então descansa um pouco, não quero minha noiva cansada. — Me aconteceu na cama deitando minha cabeça em seu peitoral.

Gabriel joga a coberta em meu corpo e beija minha testa. Suspiro fechando os olhos e não demorou muito para que eu dormisse.

Gabriel: Bom sono amor...

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