Capítulo 7

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POV SOUZA

Ao longo da noite não nos beijamos mais, mas conversamos. Ela me contou sobre como sentia falta da mãe que estava no interior, que sempre foi muito próxima de André e que eu não tinha sido a primeira mulher que ela ficou.

-Isso é pra eu não me sentir importante?-tinha brincado.

-É pro seu ego não me derrubar da cama.

Ela era engraçada demais, me fazia rir mesmo quando tava fazendo graça com minha cara. Em algum momento da noite eu perguntei se podia tirar a arma da mochila e colocar no chão perto da gente, por hábito mesmo, já que o RD tava no fim da rua e ia revezar a noite com a Veneno, ela disse que tudo bem e quando voltei pra cama me puxou pra deitar no peito dela. Fernanda fazia um carinho gostoso que me derrubou, o peito dela também mó bom de deitar, fiquei deitada em um e com a mão no outro, tava quentinho, nem sei quando ela dormiu ou eu dormi, mas foi bom, me senti cuidada, tá ligado?

Acordei com o barulho da porta abrindo, já joguei logo a mão pra fora da cama pra pegar a peça, mas foi dona Ana que colocou a cabeça pra dentro e eu relaxei, fingi que tava dormindo e acho que ela nem reparou porque fechou a porta.

Tá maluco, burra velha assim tendo medo de ser pega, mas depois da Fernanda ter dito que dona Ana era quase uma mãe pra ela eu fiquei meio escaldada. Quando ouvi a porta fechando, abri o olho devagarinho e passei a mão da arma pro celular.

[+55 21 9****-****]

Fez falta no pagode vida... -22:18

Mó sdd - 22:20

[Souza]

Já falei p parar de me chamar desses nomes, cara 😒 -6:33

Toma um rumo, numa outra a gente se esbarra -6:35

[+55 21 9****-****]

Bom dia, paixão🥰🥰 -6:40

[Souza]

dps fica careca e nn sabe pq 🤪 -6:40

**🙄 -6:40

Troquei de conversa

[Cerol]

Slv Sz, peguei as chaves das kitnet pra prima do Jr - 6:43

Peguei as + humilde msm, a mina nn tá com grana p bancar mt - 6:47

[Souza]

ô, pega umas top aí - 6:55

fds o preço, dps resolvo isso - 6:55

[Cerol]

c que manda, patroa 🙅🏽‍♂️ - 6:57

-Tá fazendo o quê?

-Coisa do trabalho, volta a dormir que tá cedo.-respondi erguendo a cabeça tentando juntar nossos lábios, mas ela desviou.-Qual foi preta?-será que ela tinha se arrependido?

-Acabei de acordar.-Fernanda virou o rosto sem querer me encarar.

-E daí?

-Bafinho.-na moral pareceu muito uma criança falando e eu tive que rir.-Para cara, não quero que cê pense mal de mim.-foi mais motivo ainda pra eu rir.

-Não ligo pra essas porra não, preta.-e selei nossos lábios mesmo assim.-Agora descansa mais um pouco, vai.

Ela voltou a se enroscar dessa vez de costas pra mim, me deixando no meu canto, malucona, parece que tá fugindo, logo joguei meu braço pela cintura dela e puxei contra mim, pra sussurrar no seu pé do ouvido:

Meu Mundo | SÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora