Capítulo 4

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POV Souza

Logo eu e a mina nos desgrudamos, mas não antes dela garantir que falaria com o primo sobre o after e eu me oferecer pra levar os dois. Curti pra caraca o papo dela, chegou humilde, sem querer ganhar mídia, talvez seja um pouco de inocência de não saber quem eu sou, mas eu prefiro assim porque talvez quando ela descobrir ela dê uma surtada igual a maioria das mulheres desse morro. Muitas nem de mulher gostavam, mas gostavam do poder e do joguinho da conquista, ás vezes eu ia na onda pra curtir, mas quando a marmita quer se achar prato principal fica foda a parada.

-E aí, Souza?-Evelyn veio sentando quase no meu colo, eu tinha sentado pra conversar com a galera e fumar mais um pouco.-Deixa eu dar um trago.-tá aí outra coisa que eu odeio, se eu não ofereci meu fumo não me pede cara, a não ser que o baseado esteja passando na roda.

-É meu último.-menti enquanto ela deslizava as pernas no meu colo, se aproximando de um jeito que deixava o decote na minha cara e eu não era de ferro.-Mas tem outro jeito de tu fumar.-se ela tava na intenção e eu tava ainda mais.

-Ah é, qual?

Levei o baseado até a boca e traguei, segurei a fumaça enquanto deslizava a mão por seu rosto parando no pescoço e puxando na minha direção pra soltar pertinho da sua boca, a malandra logo me puxou pra um beijo. Evelyn era uma das poucas minas que eu ficava com frequência e era assim desde a escola, às vezes ela dava um surto de possessividade, mas no geral era legal e não me via só como fonte de dinheiro ou fetiche. Encerrei o beijo com uma mordidinha no seu lábio inferior que a fez gemer baixinho, apoiei a mão na sua coxa e dei mais dois selinhos enquanto sua respiração regulava.

-Soube que vai ter um after.-comentou perto do meu ouvido enquanto eu alisava sua perna até a barra do short jeans.-Não pensou em comentar?

-É coisa do Bagre.-respondi indiferente porque era verdade.-Mas aparece lá, vai ser maneirinho curtir contigo mais tarde.-comentei.

-Só mais tarde?-ela jogou os braços no meu pescoço e fez carinho na minha nuca com aquelas unhas enormes o que foi um puta golpe baixo.

-É, mais tarde, agora tô com meus aliados.-tirei as forças do Hulk pra não ceder pra ela e sair dali agora, afinal eu tinha falado pra Fernanda que se ela fosse eu ia ser carona e num ia dar pra trás na minha palavra.-Ganha o teu, depois a gente se esbarra.-dei dois tapinhas na sua coxa e soltei seu corpo.

-Sorte sua que eu sei o caminho.-se descolou de mim e saiu rebolando o quadril enquanto os caras assobiaram e batiam no meu ombro em sinal de apoio.

Esperei ela sumir de vista pra olhar pros pau no cu que eu chamo de amigos que sorriam tipo o Coringa pra mim.

-Cês são uns babacas mesmo, hein?-peguei mais do cavalo branco pra me servir.-Tá explicado porque num pegam ninguém.-sorri sem mostrar os dentes entrando na brincadeira.

-Eita que hoje ela realmente tá pro crime!

-Se liga parceiro, eu sou o crime.

Eu tinha chego no baile às dez e pouca e já eram quase duas horas, tava tudo esquematizado na minha cabeça. Dar um bonde pro Junior e a prima pro QG com os crias, marcar um 10 e ganhar o meu com a outra lá em algum motel do asfalto ou na casa dela mesmo, mas sem condições de levar a Evelyn nas intenções que eu tava pra mesma casa que meus amigos.

Sai na primeira parte da missão, atrás da Fernanda que continuava dançando já com outro pirulito na boca aos sons dos melhores funks de 2019, dessa vez com uma outra mina, a Rayssa que é cria aqui do morro.

-Tá querendo que eu me apaixone é?-puxei ela pela cintura só pra chamar atenção pra minha presença. Fernanda deu uma travada e eu afrouxei o aperto, Rayssa olhou pra gente com curiosidade, mas não parou de rebolar, impressionante que se eu tivesse o controle da minha vida igual essas mina tem da bunda eu tava é feita.

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