Jolie
Minha tela de fundo do celular ainda era uma foto minha com Dean, juntos, sorrindo e felizes, em meu lugar favorito: Los Angeles. Como um lugar pode te fazer tão bem e, ao mesmo tempo, tão mal? Perguntei-me inúmeras vezes por que tomei essa decisão tão drástica de simplesmente largar tudo. Olhei para a pulseira que Dean me deu, lembrando que ele costumava dizer que eu era o sol na vida dele, que, desde que me conheceu, seus dias não eram mais nublados, mas ensolarados com minha presença. Eu dizia o mesmo, mas agora... não sei se faz sentido pensar assim. Tudo esfriou, e não consigo enxergar as coisas da mesma forma, mas uma parte do meu coração ainda acelera e diz: "Pare de besteira e resolva as coisas". Mas e se eu ignorasse o meu coração e apenas seguisse em frente? O que de tão ruim poderia acontecer?
Me arrumei e estava pronta para sair com o Billy. A Jane e a Mila não quiseram ir, então dei uma última olhada no celular, troquei minha foto com o Dean que estava no papel de parede, e me preparei para aproveitar a noite ao máximo. Encontrei o Billy fora do campus, e fomos juntos caminhando até a baladinha.
Billy: - Você tem certeza de que quer sair? - perguntou.
Jolie: - Por que está perguntando isso? - respondi.
Billy: - Sei lá... Você está fria, além de ter terminado com Dean ontem e tudo o que está acontecendo com seus pais... - disse.
Jolie: - E o que você sabe sobre términos e problemas familiares, Billy? - perguntei, um pouco grossa.
Ok, confesso que essa Jolie babaca eu não conhecia.
Billy: - Beleza, não está aqui quem falou - disse seco.
Jolie: - Não se preocupa comigo. O que fiz já está feito - suspirei.
Ele assentiu, e seguimos conversando sobre outros assuntos pelo caminho.
▪︎
Eu realmente mudei, e foi de forma repentina. Não sou essa Jolie tão áspera com as pessoas. Quem sabe eu só queira deixar as coisas acontecerem e não me importar mais. Às vezes, quando você é boa e perfeita demais, acaba se ferrando.
Billy estava mais atraente do que nunca. Não sei se estou imaginando isso ou se as várias taças de gin que já tomei estão me fazendo ver coisas. Dançávamos tão perto um do outro que meu corpo começava a esquentar com a proximidade dele; nossos olhares se cruzavam, carregados de significados. Billy sempre gostou de mim, isso eu sei; agora, não sei se posso dizer o mesmo.
Consequentemente, Billy colocou a mão no meu rosto e depois na minha nuca.
Jolie: - O que está fazendo? - perguntei, confusa.
Billy: - Tentando fazer você esquecer de tudo e todos.
Ele disse isso perto do meu ouvido, e nossos olhares se encontraram novamente.
Eu não poderia amar o Billy da forma que ele me ama, mas poderia tentar, faria qualquer coisa para ter minha vida de volta, sem mentiras, sem segredos.
Sem pensar duas vezes, tomei a iniciativa e o beijei. Foi um bom beijo, nossas línguas se entrelaçaram com um desejo evidente da parte de Billy. Ele tinha mais vontade do que eu. Foi um beijo normal, que não despertou em mim nenhuma intensidade. Que merda você fez, Jolie... pensei ao término do beijo, enquanto trocávamos olhares. Ele logo sorriu.
Jolie: - Quer sair para fumar? - perguntei, tentando quebrar o clima tenso que eu sentia.
Eu não fazia isso há anos; não sou nenhuma viciada, era uma vez na vida e outra na morte, literalmente.
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Um Coração Quase Perfeito
Roman d'amourJolie Casey, aos 20 anos, deixou Los Angeles para trilhar sua jornada acadêmica em Medicina na prestigiada Universidade de Yale, em Connecticut. Com a vida meticulosamente planejada e a "turminha" de amigos ao lado, tudo parecia perfeito. No entanto...