CAPÍTULO DOIS

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Segurei o braço do PL quando vi o meu pai, o Murilo e o MK surgir. Meu pai vinha com uma arma na mão e encarava o PL com atenção. Tentei esconder a minha perna com a calça rasgada, pra ele não encher o meu saco com mais merda. Ele parou na nossa frente.

— Já tavam brigando? — Ele me olhou e voltou a encarar o PL. — Essa gritaria toda é por causa do 2K?

— Nós tava fodendo! — PL respondeu e tentei não gritar com ele.

Falar nossa intimidade na frente das pessoas era uma coisa, falar que nós tava transando no meio do mato e aos gritos, era outra história completamente diferente! Sacudi o PL, ele me olhou com um sorriso no rosto.

— Que que foi, morena? Teu pai tem que aprender a diferenciar grito de prazer e grito de briga.

— PL!

— Vocês tavam fodendo no meio do mato com um bando de vagabundo fazendo a ronda!? — O Caveira começou e eu baixei a cabeça. Merda! O Murilo tava ali, e o moleque que eu tentava ganhar o respeito olhava assustado pro PL.

— E qual o problema nisso, sogrinho? Tu fez um filho na Luana. Deveria tá mais assustado com a capacidade do teu pau tá funcionando.

Eu tentei não rir, a cara do Caveira acendeu feito fogo. Era engraçado sim, tirar a sanidade do Caveira era um talento que o PL tinha pra dá e vender. O Caveira estendeu a arma sem falar nada e eu entrei na frente segurando antes do PL.

— Vou dar uma saída. — Ele falou encarando o PL e eu segurei a arma nova nas mãos. Ela era incrível. — Mantenha a Luana na casa, essa é a sua responsabilidade!

Tentei destravar a arma, mas antes que eu pudesse, o PL arrancou aquela maravilha das minhas mãos. Fiz careta quando ele me deu a dele, aquela coisa parecia que tava no fundo do mar há milênios.

— Vou prender a mina em casa, sogrinho?

— Vai manter ela segura enquanto vou buscar o Daniel, tô só pedindo um favor.

— Ele vai fazer! — Disse antes do PL falar mais alguma coisa. — Não se preocupe.

Se não foi loucura da minha cabeça, vi o Caveira sorrir pra mim. Me assustei quando ele tirou o fuzil das costas e entregou ao PL e logo em seguida tirou uma arma, tão bonita quanto a outra, e me entregou. Eu tava mais surpresa com aquela boa ação do que com o sorriso.

— Tu deveria conversar com ela. — Ele falou pra mim, enquanto pegava a velha arma que o PL tinha me dado. — Vocês precisam conversar.

Eu queria negar. A Luana era a minha melhor amiga, sim. Mas depois de tudo que ela disse, do que ela tentou me forçar a fazer e das coisas que ela fez passando por cima do Caveira, ela me assustava... e olhe que ver a Sofia matando sem piedade tinha ganhado o prêmio do ano!

— Não vai forçar a Manú a fazer essas parada ai não!

— Não tô forçando. — Meu pai olhou feio pro PL. — Estou sugerindo, elas são amigas!

— A Luana quis fazer a tua filha ir atrás de um lunático! Ela tentou colocar a minha mulher em perigo e tu tá tentando juntar a duas?!

— PL, já deu!

— Não! — Ele gritou na minha direção, o que me deixou confusa. — A Luana precisa aprender como esse mundo funciona antes de pagar de mulher maravilha! — Ele voltou a olhar pro Caveira. — Eu vi a evolução da branquinha, vi ela aceitar ajuda, aceitar conselho e se tornar a filha da puta que é hoje. A tua mulher tá agindo por impulso!

— Ela não vivia no mesmo mundo da Sofia, pelo amor de Deus! — O Caveira gritou. — Ela não sabe o quanto aquele moleque é perigoso! A Sofia vivia com o Trek, o fodido era doente e fez a Sofia ter medo!

O Crime Perfeito - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora