A música era fodidamente alta, eu conseguia sentir os estrondos passarem pelos tênis e entrarem pelos meus pés... era até difícil pensar. Senti alguém se aproximar, não consegui me virar, mas tinha certeza que o desgraçado soltaria uma pra foder de vez com a minha mente.
— Confia nela, mano. — Agarrei a grade com força e desejei um baseado, talvez uma tragada num back desse algum resultado. — Não vão reconhecê-la, vi a desgraçada antes de sair, não parece comigo ou com o Caveira... nem com a mãe dela.
— Ela fez o que mandei?
— Foi a primeira coisa, seu cuzão! Foi eu mesmo que levei as lentes.
Suspirei pesadamente e agarrei com mais força a grade do camarote, olhei pro palco onde um menor soltava um funk meia boca. Meu coração estava a toda, se eu pudesse já teria entornado uma grade inteira de cerveja e estaria esperando ela na porta, só pra deixar claro que ela era minha.
— Ela pediu pra te manter aqui... pra tu não fazer merda. — Minha respiração se foi e encarei o ogro com um espanto que até me surpreendeu.
— Ela tá com medo de que, porra?! — Xinguei alto. — É só ela não meter o louco que nós se entende numa boa! — Uma risada me fez virar, a Sofia se aproximava com uma garrafa de whisky na mão. Senti raiva só em ver a desgraçada entrar no nosso meio.
— É meio obvio que ela tá com medo de tu correr atrás dela. — Ela sorriu irritantemente, enquanto pegava o copo vazio da mão do ogro. — Vai dizer que não é isso que tá pensando em fazer desde que chegou aqui? — Trinquei os dentes e me virei.
— Vai a merda!
— OU! — O ogro gritou e ela começou a rir. Ela poderia parecer um anjo com aquela cara de santa, mas a mulher se tornava um demônio pior a cada dia, os dois se mereciam.
— Ele tá nervoso... — Desviei os olhos só pra ver a desgraçada oferecer a garrafa ao Conan e dá um gole no copo de whisky, o batom vermelho marcou o copo. — Não deveria ficar nervoso, PL, nem viu a roupa dela ainda. — Meu sangue gelou e descolei da grade involuntariamente enquanto o meu corpo sentia a eletricidade da raiva.
— Sofia! — O Conan gritou e a demônia sorriu na sua direção.
— É só pra descontrair, querido. — Ela se aproximou e envolveu o corpo do ogro... o desgraçado parecia areia se desmanchando ao redor dela. — Ele parece nervoso, vai chocar um ovo a qualquer momento.
Aquilo foi o ápice pra mim, me virei e sai de perto dos dois lunáticos e fui atrás de uma bebida. Não demorou muito pra que encontrasse a bebida e o self-service de mulher, o que me deixou mais puto. Porque se tinha mulher a rodo, tinha homem ao dobro. Me sentei numa mesa afastada e abrir a lata de cerveja. Eu queria algo mais forte pra esquecer... mas eu não poderia esquecer que a minha mulher estaria naquele meio sem mim, como se fosse a primeira vez, sem dono e livre pra dançar a noite toda.
— Ela tá segura, ou desgraça! — Vi o Conan sentar ao meu lado. — Fica sussa! — Entornei a cerveja novamente, vendo o merdinha puxar a cadeira e praticamente se colar a mim. — Tranquilidade, porra.
— Na "tranquilidade" eu estaria se estivesse em casa, com ela e as crianças sob o mesmo teto que eu. — Ele negou. — Vai dizer que tô errado?!
— Acho que a Sofia tem razão nessa. — Xinguei alto.
— Ela agarrou as tuas bolas, claro que pra tu ela tem razão! — Ele riu.
— A Manuella não pode ficar trancada em casa assim do jeito que tu quer fazer, a gente precisa ver se a reconhecem.
— Ela não pode entrar nessa merda como qualquer uma! — Tentei sussurrar. — A Manú não é mais a nossa Manú, seu idiota! Ela veste a droga de uma farda e porta um fuzil capaz de matar nós tudo num piscar de olhos! Ela é visada lá fora e, se for reconhecida aqui dentro, isso aqui vai virar um mar de sangue!
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O Crime Perfeito - Livro 4
Художественная прозаUm brinde ao doce sabor da vingança. Livro contem: Cenas de sexo Palavrões Apologia ao Crime Mortes Estupro Crime de Ódio Violência contra Mulher Tortura física e psicológica