𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟑

834 74 32
                                    

⛓︎ ISABELLA FORESTI
Em um lugar distante...

UMA LUZ MUITO FORTE E BRANCA apareceu e do nada eu me vi em uma cozinha bem ampla. O cômodo em si pertencia a minha casa bem grande e de puro luxo, ou seja, muito longe da minha realidade no apartamento que eu moro.

Observando por mais tempo, percebo que eu visto um avental e que provavelmente eu estava fazendo algum tipo de bolo ou algo que leve massa. Mas, quando eu estava prestes a continuar o que eu tinha tecnicamente parado, uma voz me grita várias vezes de longa distância até chegar próxima de mim.

— Mamãe, mamãe, mamãe! — gritava uma menininha de cabelo no ombro pretinho, os olhos azuis claros e a pele branca e sedosa de qualquer criança em sua idade. — O papai não quer deixar eu colocar um laço em seu cabelo. — indagou a menina cruzando os braços muito chateada com o papai.

Olho por vários minutos aquela menina, ela se parecia muito com o Veiga, era realmente sua mini versão. O que é estranho, pois pelo o que eu me lembre, o Raphael não tem filhos. Nosso bebê ainda vai nascer.

— Bom, vamos ver o que a mamãe pode fazer para ajudar a princesinha dela. — digo me abaixando para pegar a menina no colo, após tirar o avental.

Um sorriso esperançoso toma conta do lindo e delicado rosto da menina. Caminho até o lado de fora da casa, onde vejo uma das cenas mais lindas que eu já vi. Veiga estava brincando de bola com um garotinho que aparentava ter a mesma idade da garota que permanecia em meus braços.

Os dois pareciam estar se divertindo muito, eles davam altas gargalhadas e Veiga muita das vezes gritava "oleee" quando conseguia passar a bola entre as pernas do pequeno. O menino por sua vez já era completamente o oposto da menina, ele tinha o cabelo loirinho e cheio de cachos. Seus olhos eram verdes bem clarinhos e sua pele branca.

— Viu, mamãe? Ele só quer saber de brincar com o meu irmão. — reclamou novamente a menina.

Mamãe, papai, irmão...

Nada do que estava acontecendo ali fazia sentido. Na minha cabeça estava uma confusão enorme e eu não sabia quais conclusões tirar. Aquilo estava me deixando aflita e muito assustada, mesmo que eu estivesse me sentindo em paz e em casa por dentro.

Coloco a menina no chão quando nos juntamos aos meninos na pequena área coberta por grama verde. Os dois olham diretamente para mim, o pequeno em poucos segundos começa a implicar com a sua irmã, enquanto o Veiga caminha lentamente até mim e me abraça envolvendo seu braço na minha cintura.

— Recebi reclamações de que você não está deixando sua filha colocar um enfeite no seu cabelo. — digo em tom descontraído vendo o homem sorri.

— Peço desculpas, amor. Mas ela sabe ser bruta quando quer e minha cabeça ainda dói da última brincadeira que tivemos. Você não lembra? — perguntou ele na intenção de despertar uma memória em mim, mas nada veio em minha mente.

— Claro que me lembro. — minto forçando um sorriso para ele. — Mas você sabe o quanto ela é sentimental, podia ao menos te-la enganado.

— Relaxa, daqui a pouco ela esquece disso. — disse ele dando um beijo carinhoso em minha teste.

Após isso, Veiga se distanciou de mim e foi em direção as crianças pegando eles no colo, um de cada lado, e saiu correndo com eles para dentro de casa novamente. Jogando cuidadosamente cada um no sofá da sala e fazendo cócegas em ambos.

𝐃𝐄𝐑𝐁𝐘 | Leo Mana & Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora