⛓︎ RAPHAEL VEIGA
Naquela mesma tarde (continuação)...ESTACIONO EM FRENTE AO PRÉDIO do Garro, desço do veículo após puxar o freio de mão, tirar o cinto de segurança e pegar o meu celular e as chaves. Perto o botão no controle travando todas as portas do carro e ligando o alarme de segurança.
Passar pelo porteiro foi fácil, ele já me conhecia e me viu junto de Isabella da última vez que vimos aqui. Segundo o porteiro, Garro tinha chego do treino fazia pouco tempo. O homem me contou que o argentino estava bastante cabisbaixo e aparentava estar preocupado com alguma coisa.
Disse também que Garro estava com aparência de cansado como se não tivesse dormido a noite toda. Ouvindo aquilo tudo, eu só imaginei como estaria a mente dele tendo sua namorada longe e internada.
Rapidamente me veio a lembrança de quando a Isabella estava na mesma situação e a beira da morte. A angústia que eu sentia todos os dias, o medo do que poderia acontecer. Eu viajava para os jogos com o pensamento no hospital, ficava o tempo todo com o celular nas mãos com esperança de receber uma boa notícia e com medo de receber uma notícia ruim. Passar por essa situação não é fácil, por mais que você confie na sua companheira, o seu medo nunca vai embora, ele vive ao seu lado todos os dias e você só fica tranquilo quando ela está perto de você. Nos seus braços e na sua proteção.
Você é capaz de parar o mundo quando ela está ao seu lado e se sente capaz de enfrentar o mundo quando ela está longe e em perigo.
Só Deus sabe como eu estou por dentro com a Isabella longe de mim, mas a maior parte de mim sabe que eu preciso confiar nela e na sua capacidade de se cuidar sozinha. Mesmo que eu queira pegar o primeiro voo e ir para onde ela está e cuidar dela.
Chego no andar de Garro e toco a campainha, o argentino demora um pouco mas logo abre a porta.
— Raphael? O que faz aqui? — perguntou confuso.
— Isabella pediu para eu verificar se você estava bem e te dar notícias da Luísa. Ela tentou entrar em contato, mas não conseguiu, então me enviou aqui. — explico e foi possível ver os olhos dele brilharem quando citei o nome da Luísa. Sua respiração ficou até mais agitada, parece que ele precisava disso.
— Foi mal, meu carregador quebrou e eu só consegui comprar outro hoje. Eu ia ligar pra ela depois, mas já que ela te mandou, entra aí, fica a vontade.
Garro abriu mais a porta me dando passagem. Adentro seu apartamento e aparentemente estava tudo do mesmo jeito que antes, não parece ter acontecido nada aqui nas últimas horas.
— Você parece cansado, por um acaso você dormiu essa noite? — pergunto, vendo ele encher dois copos com água e trazer um para mim.
Sentamos na mesa de jantar. Cada um em uma cadeira, estávamos frente a frente.
— Pra ser bem sincero não. Eu não dormi nada hoje e realmente estou muito cansado, mas não consigo relaxar e dormir. Minha mente não para. — explica e eu consigo compreender seus sentimentos.
— Sei bem como é isso. — digo e ele me olha engolindo seco. Logo ele respira fundo pensativo.
— Como você lidou com isso? Digo, como você não enlouqueceu de vez? Porque eu sinto que vou ficar maluco a qualquer momento, nem o futebol está me distraindo o suficiente e eu só consigo pensar nela. — sua voz embarga e seus olhos se enchem de lágrimas. Garro estava em uma luta interna com ele mesmo, e não sabia se iria vencer a luta.
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𝐃𝐄𝐑𝐁𝐘 | Leo Mana & Raphael Veiga
Fanfiction「Uma história que se passa em São Paulo, uma mulher de personalidade forte mas ao mesmo tempo sensível, que quase abriu mão do seu maior sonho para acompanhar a carreira de seu amado no futebol. E no final, só foi preciso uma notícia para sua vida m...