𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟖

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⛓︎ CAMILA ALVAREZ
O anoitecer no RJ...

PASSEI O DIA ISOLADA E QUANDO ME CANSEI DA SOLIDÃO, ME DEITEI PARA DORMIR UM POUCO. Quando acordei, já era por volta das dez da noite, estava uma barulheira danada no andar de baixo e o cheiro de carne assada passeava pelos ares por toda casa.

Me levanto ainda com muito sono e desço as escadas coçando meus olhos e bocejando. Cada passo que eu dava em direção a área gourmet da casa dos meus pais, mais alto o som das vozes masculinas e da música ficava. Quando já estou do lado de fora, vejo meu irmão, meu pai e Joaquín sentamos em uma mesa jogando cartas. O jogo parecia estar interessante, pois eles gritavam e se zoavam.

O primeiro a notar minha presença foi o Joaco, e os outros dois apenas seguiram a direção para onde seu olhar ia. Logo os três estavam com suas atenções voltadas para mim, os três com um sorriso no rosto.

— Olha só quem resolveu acordar! — disse meu irmão, me fazendo dar um sorriso singelo.

— Dormiu bastante mesmo, faz quanto tempo que você não descansa assim, minha filha!? — perguntou meu pai todo preocupado como sempre.

— Acho que ainda era o cansaço da viagem, pai. — o respondo parando ao seu lado e pondo minha mão em seu ombro. Meu pai põe sua mão por cima.

Em questão de minutos duas figuras femininas apareceram, era minha cunhada e a minha mãe. Não sei onde elas estavam, apareceram do nada.

— Acordou bela adormecida! — indagou minha mãe, logo após me deu um beijo carinhoso no rosto.

Minha cunhada foi para o lado do meu irmão e se sentou em seu colo, era um costume deles, um ato de carinho podemos dizer assim. Minha mãe puxa uma cadeira e se senta ao lado do meu pai, que logo faz questão de se aproximar e lhe dar um beijo.

Suspiro fundo vendo aquelas cenas, chego até a abaixar a cabeça disfarçadamente. Pois eu era a única que não recebia esse tipo de tratamento.

Porém para a minha surpresa, Joaco estica sua mão em minha direção e me puxa para seu colo. Ao me sentar, ele coloca uma de suas mãos por trás da minha cintura e a outra ele põe em cima das minhas pernas. Posso ver os rostos sorridentes da minha família, principalmente pelo ato do uruguaio.

•••

Horas se passaram desde então, entramos em um assunto e acabamos nos empolgando. Foi a primeira vez que uma memória familiar se criou tendo como participação especial a presença do gringo. Pela primeira vez ele me tratou como se fosse realmente sua mulher e em momento nenhum se lembrou do maior problema que temos entre nós, Isabella.

Quando deu meia noite todos foram dormir, ficou apenas Piquerez e eu acordados. Piquerez ainda não sabia onde iria dormir e eu tinha dormido tanto que não havia mais sono em mim.

— Ainda acordada? — disse o uruguaio, anunciando sua chegada na cozinha. Onde eu estava comendo um cacho de uvas verdes docinhas.

— Vou demorar para sentir sono agora. — respondo com um pouco de humor. O uruguaio sorri levemente. — Você quer? Estão gostosas. — ofereço a fruta, ele aceita e se junta a mim.

Ficamos alguns minutos em silêncio apenas desfrutando da companhia um do outro. O clima entre nós estava bom, estava leve e agradável.

𝐃𝐄𝐑𝐁𝐘 | Leo Mana & Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora