𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟒

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⛓︎ LUÍSA FORESTI
Dia seguinte...

FAZIA VINTE E QUATRO HORAS que a minha irmã estava nessa situação, vinte e quatro horas que uma viagem para relaxar virou um grande pesadelo. Passei a noite aqui com ela, depois do uruguaio convencer seu amigo de ir para casa descansar, já que eles iriam ter um jogo muito importante pela frente e o Abel iria precisar deles dois no time.

Raphael me fez prometer que iria ligar para ele caso qualquer coisa acontecesse, ele não saiu do hospital até ter meu número salvo em seu celular. Entendo a preocupação dele, eu também estou desesperada vendo a Isabella nessa situação. Mas a única coisa que nos mantém fortes é a esperança.

Por volta de meio dia, Raphael veio direto do CT para o hospital. Pouco tempo depois chegou mais duas visitas para ver a Isabella, sem contar na multidão de torcedores do Palmeiras que estavam no lado de fora do hospital com cartazes de forças, fazendo roda de oração e querendo notícias dela.

— Viemos em paz, só queremos ver a Bella. — disse o ex namorado da minha irmã, Léo Mana.

Ele estava acompanhado do argentino Rodrigo. Inclusive, o argentino fixou seus olhos em mim e não tirou nem por um instante. Queria muito saber o que se passava pela cabecinha dele nessa hora.

— "Viemos em paz"? Por um acaso o atual já deu uns sacodes no ex? — pergunto nitidamente curiosa pra saber da fofoca. Se caso já tenha relado porrada entre eles dois, eu vou me sentir triste por não ter visto esse acontecimento épico pessoalmente.

— Luísa? — disse o Léo, surpreso em me ver. — Faz tempo que não coloca os pés em solo brasileiro, achei que já tava era morta. — indagou com aquele humor de dar ânsia de vômito.

— Pra sua infelicidade eu estou vivíssima. — respondo dando um sorriso debochado.

Léo não diz mais nada, apenas ri do que eu digo. Logo em seguida, ele coloca o buquê de flores que estava em suas mãos em cima da mesinha e depois vai até Isabella dando um beijo em sua testa.

Rodrigo Garro cumprimenta Raphael com um breve aperto de mão, desejando forças ao jogador do time rival. Ele também beija uma das mãos de Isabella.

— Podemos conversar lá fora? Vai ser rápido. — diz Léo Mana, falando diretamente com o Veiga.

Os dois saem do quarto, deixando eu e Garro sozinhos. Aproveito para voltar a me sentar no sofá e voltar a ler aquelas revistas de hospitais antigas.

— Quem é você mesmo? — me questionou ele.

— Adivinha. — respondo sem tirar minha atenção da revista em minhas mãos. Posso sentir os olhos dele queimando na minha pele. Troco de página.

— Pela roupa de grife exagerada e a cara de metida, você deve ser irmã caçula da Isabella. Sempre tem uma que vem estragada de berço. — indagou ele, num tom bem debochado por sinal.

— Incrível como todo argentino não perde a oportunidade de ser um tremendo babaca. — respondo num suspiro. Ouço a risadinha dele.

— Já teve muitas convivências com argentinos? — me questionou novamente interessado.

— O suficiente pra me arrepender amargamente.

𝐃𝐄𝐑𝐁𝐘 | Leo Mana & Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora