𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐𝟐

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⛓︎ ISABELLA FORESTI
24 de Agosto de 2024...

FALTAVA 45 MINUTOS PRA EU IR BUSCA-LOS, mas ao invés de sair de casa e ir para o aeroporto. Eu sai de casa indo para uma farmácia mais próxima que tinha. O motivo? Bom, é simples, eu estou desconfiando que eu estou grávida.

A desconfiança não é de hoje, faz mais ou menos uns dois dias. Meus peitos andam muito inchados e doloridos ao toque, ando tendo uns desejos por coisas específicas muito estranho e ando sentindo um sono absurdo. A única coisa que não falhou até agora foi a minha menstruação, mas isso é porque não está no dia dela vir. Por isso existe uma dúvida na minha cabeça, por isso resolvi fazer o teste.

Infelizmente não iria dar tempo de ir na farmácia, comprar o teste, voltar pra casa, fazer o teste e ir para o aeroporto. Meus familiares iriam ficar mofando lá no aeroporto esperando eu chegar, por isso vou na farmácia, compro o teste, escondo no carro e vou rapidamente para o aeroporto.

Chego lá bem na hora em que os dois estavam saindo puxando suas devidas bagagens. Estaciono o carro no meio fio e desço para ajuda-los a por suas coisas na mala e também cumprimentar eles né.

— Eu esperava ao menos um carro mais luxuoso e um motorista para fazer seu devido papel, já que preferiu vir atrás da sua própria vida. — diz meu pai, como sempre desmerecendo as coisas alheias.

— Então somos dois decepcionados, eu espero por anos que você tenha ao menos um caráter de respeito. Mas infelizmente nem tudo são flores. — o respondo de forma serena e ainda dou um sorrisinho. O homem fecha a cara de imediato.

— Falou o que queria e escutou o que detesta. — indagou minha irmã ao se juntar a nós. — As vezes sinto falta da Isabella nos Estados Unidos conosco.

Meu pai por sua vez se mantém calado, ele põe sua mala no carro e entra no banco de trás batendo a porta. Nisso tudo, sua cara ainda estava fechada.

— Apesar de eu ter amado sua resposta, peço que por favor evite essas situações. Ignore ele. Não quero ter voltar antes do tempo pra casa. — voltou a dizer.

— Você não precisaria voltar antes do tempo se não abaixasse tanto a cabeça para as bobagens que nosso pai fala. — também dou uma resposta seca para ela.

— Faço sacrifícios pela empresa que a nossa mãe ajudou a fundar, Isabella. — respondeu a mais nova no mesmo tom que eu.

— A empresa vai continuar onde ela está, Luísa. Seu trabalho pode ser feito até do outro lado do mundo. Pelo amor de Deus, desencana! Meu pai não nos considera como filhas há anos! — altero um pouco a voz ao dar esporro na mais nova.

Quando dizem que a realidade dói, é disso que estão se referindo. Minhas palavras são rudes e nem um pouco piedosas mas são necessárias. Luísa sabe tanto disso que seu olhar se torna tristonho.

— Eu ainda tenho esperança de voltarmos a ser a família de antes. — disse ela com a voz embargada.

— Você não sabe como éramos antigamente, a única coisa que você são história contadas por terceiros. Não se iluda com contos de fadas, Lu. A ilusão pode machucar ao ponto de nos destruir. — digo com a voz normalizada e baixa. — Vamos embora.

Acompanho ela até a porta e abro para que ela entre ao lado de nosso pai no banco de trás. Logo após vou para o meu devido lugar dirigindo até meu apartamento. Durante a viagem ficamos os três em silêncio, como se eu fosse um Uber qualquer.

𝐃𝐄𝐑𝐁𝐘 | Leo Mana & Raphael VeigaOnde histórias criam vida. Descubra agora