O primeiro amor - FreenBecky

Capítulo 32

Freen Sarocha Point Of Views

Becky me deixou em  casa naquela mesma noite. O caminho no carro foi repleto de silencio a não ser pelo rádio que naquele horário da noite tocava uma música baixinha. 

No caminho todo eu pensava no que Becky me disse a algumas horas atrás. Minha mãe, a sua partida, Nita tudo parecia se encaixar e fazer sentido agora. Eu lembrava de uma noite em que ela entrou no meu quarto, estava tão cansada e com sono que não vi o que minha mãe queria, com certeza era para pegar meu celular eu deveria ter apagado as mensagens. 

- Eu te liguei. - sussurrei, eu lembrei que tinha ligado para ela todos os dias. Eu liguei depois dela ter faltado a escola, e depois de uma semana eu fui na sua casa e ela não estava lá, estranhei aquilo e fui falar com a vizinha e lá disse que a família Armstrong tinha se mudado e foi quando eu passe a ligar para Becky todos os dias. 

Becky me olhou confusa, mas rapidamente voltou a olhar rua enquanto dirigia. 

- Do que está falando? - perguntou. - Respirei fundo antes de prosseguir. 

- Quando voce faltou a escola eu te liguei e voce não me atendeu. Fui na sua casa e descobri que voce tinha se mudado a alguns dias. Te liguei durante um ano e voce nunca me atendeu, fez o mesmo com Tee e Yuki. - ela suspirou. 

Becky diminuiu a velocidade e estacionou o carro agora na frente da minha casa. Eu ainda continuava a olhar pela janela do carro mergulhada naquele mar de pensamentos. Eu me lembrava de tudo que senti quando Becky foi embora, dor, e tristeza, solidão e coração partido. Ela não tinha deixado nenhuma mensagem, nenhuma ligação e nenhum aviso, mesmo que eu soubesse o que minha mãe dez, queria ter recebido uma mensagem de despedida, um último abraço, se eu soubesse que passaria anos sem ver a inglesa. 

- Eu apaguei i seu número e a bloqueei em todos os meios possíveis que pudesse entrar em contato. - sua voz estava triste. - Fiz a mesma coisa com o numero das meninas, eu imaginei que ela poderiam me ligar a pedido seu. - sua voz estava cheia de mágoa e culpa. Fechei os olhos sentindo aquele nó na garganta, mas tratei de engoli. - Depois de alguns anos entrei em contato com Yuki e expliquei o que aconteceu e ela me entendeu. Como ela ainda falava com Yuki, me contou que voce ainda estava na cidade. - encara a janela ao meu lado pedindo forças para segurar o choro, olhei para cima quando a primeira lágrima caiu. - Em outubro do ano passado decidi que viria para a Tailândia procurar voce, mas eu tinha coisas para resolver na Inglaterra. sua voz morreu no final, virei meu rosto a fitando intrigada com aquela informação, ela olhava para rua perdida em pensamentos. - Eu fiquei pensando em várias formas de vim para cá, mas eu trabalhava na Inglaterra...- pausou. - ...eu estava namorando na época. - a olhei em choque, eu não imaginava que ela estaria namorando com alguém, isso me incomodou quando imaginei outra pessoa beijando a minha Becky, tratei de reprimir aquele incomodo, aquela imagem. - No inicio de dezembro meu superior ligou dizendo que o Hospital da Tailândia estava precisando de uma pediatra para completar o total de médicos no setor de pediatria, acetei a proposta, bom, me pegou de surpresa no inicio mas eu aceitei e agradeço ao universo por ter me dado essa mãozinha. - falou risonha. - Eu tinha acabado de chegar na Tailândia, estava aqui a alguns dias quando encontrei voce naquele supermercado. - ela me encarou agora, um lindo sorriso brincava em seus lábios, seus olhos brilhavam. Mas uma necessidade de perguntar com quem ela namorou, quem era essa pessoa? Onde se conheceram? Quanto tempo namoraram? 

- Namorou por quanto tempo? - perguntei sem me conter de curiosidade. Ela quebrou nosso contato visual para olhar o seu colo e depois voltou a me olhar. 

- 3 anos e meio. - minha boca abriu em um perfeito "O" eu não imaginava ter sido por tanto tempo. Suspirei ainda em choque. 

- Nossa. - foi a única coisa que saiu da minha boca enquanto eu olhava para frente. - Qual o nome dela? - ela ficou em silencio por um tempo sem me responder.