Capítulo 9

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Freen Sarocha Point of View

Estamos agora do lado de fora do consultório da Dra. Arizona. Em minhas mãos estavam uma foto do ultrassom onde eu podia vê nitidamente a cabecinha e os dedos da minha filha, minha filha... 

O quão estranho é falar isso agora? Talvez só depois de meses minha ficha realmente tenha caído quando coloquei os olhos no ultrassom eu vi um pequeno se crescendo em minha barriga, dentro de mim. 

- Voce esta melhor Freen? - Perguntou Tee preocupada.

- Sim, estou melhor. - Suspiro com um sorriso. - Nunca estive tão bem como hoje. 

- Que bom. - ela me dá um abraço de lado. - Já contou para Dona Kátia sobre o sexo do bebe? - e lá se vai seu sorriso. 

Merda, merda, merda...

Como explica que nesses meses eu também ignorei a minha mãe e todas as suas ligações? Nem ao menos contei a ela sobre o divórcio e que agora vou ser mãe solteira. Com certeza ela ficara chateada já que sua religião não permite divórcio, essa foi a maior preocupação que tive depois que Kirk pediu a separação. 

- Promete que não vai gritar comigo? - paro no meio do corredor movimentado daquele hospital para olhar para Tee. Ela estreita os olhos e assente, puxo o ar para ter coragem de falar a ela a verdade. - Eu não contei para minha mãe sobre o divórcio e o bebe. - Digo quase em um sussurro. 

- VOCE FEZ O QUE SAROCHA? - grita. 

- fala baixo, quer que todos veja a gente? - Tampo rapidamente sua boca, Tee estava com os olhos arregalados para mim. - Eu ia contar para ela no mesmo dia que descobrir que estava grávida, mas depois eu fiquei deixando para outro dia e bom...- dou um sorriso amarelo. - Esse outro dia é hoje. - Tee tira minha mão da sua boca de uma forma bruta. 

- Voce é louca, sabe que sua mãe via pirar quando descobri isso, ainda mais agora depois de meses. Céus, voce esta muito fodida.

- Isso é bem legal da sua parte ajudou muito, Tee. - digo com um sorriso irônico. 

- Não venha com ironias agora. Quero ver essa ironia toda com sua mãe. 

Reviro os olhos.

- Deixa que com a minha mãe eu me resolvo. - Digo e volto a andar e ouço um "aham" vindo de Tee  que me faz revirar os olhos mais uma vez. 

Voltamos a andar pelos corredores e logo passamos por outro bloco do hospital, hoje estava bem mais movimentado do que na última vez que vim. Quando estávamos perto de sair pela entrada principal vejo uma figura conhecida por mim, também adentra a porta, por que todo lugar que vou ela também tá? 

- Freen? - essa voz...   

Eu travei, Tee ficou também parada ao meu lado com os olhos mais arregalados do que a minutos atrás, ela ainda não tinha conversado com Becky desde que ela apareceu novamente. 

- Oi, Becky. - respondo com minha voz tremula, estávamos uma enfrente a outra nos olhando sem desviar o olhar, ficamos paradas ali sem dizer mais nada, até que Tee resolveu quebrar o silencio. 

- Oi, Becky. - Diz Tee chamando a atenção de Becky a nossa frente, vejo a sacudir a cabeça e responder Tee. 

- Oh, me desculpa, não vi voce. - Ela vem para perto de nós e abraça Tee. Olhei de canto para ela torcendo que não faça o mesmo comigo, os braços dela sempre tiveram efeitos sobre mim. 

- Freen...- Murmura e me deu um sorriso lindo, saiu do abraço de Tee para me abraçar, droga. Ponho as mão no seu pescoço e sinto ela colocar as suas minha cintura. Tive que ficar na ponta do pé já que ela é maior que eu. Senti o seu perfume de, morango?! O mesmo de anos, me permite fechar os olhos, o abraço se tornou mais aconchegante do que eu me lembrava. Senti ela enterra sua cabeça em meu pescoço e puxar o ar, arrepios se espalham pelo meu corpo dos pés a cabeça, por que ela sempre faz isso?

- Cof Cof, vocês estão se abraçadas a tempo de mais  já tem gente olhando, não quero passar vergonha porque vocês são duas gays. - Olho para Becky repreendendo-a, sinto meu rosto esquentar quando olho para os lados e vejo uma senhora idosa e um homem mais novo nos olhando, ouço uma risada vinda de Becky. Desfazendo o abraço, eu não conseguia olhar para ela, fitava meu próprios pés, sim eles estavam bastante interessante hoje.

- Não muda né, Tee. - Diz Becky rindo. 

- Não mesmo...- Joga o cabelo pro lado, reviro os olhos. - Mas o que voce esta fazendo aqui? 

- Tee! - Tiro a tenção dos meus pés e a repreendo com olhar. 

- O que foi? - pergunta cinicamente.

- Tudo bem, Freen. - responde Becky com um sorriso largo no rosto. - Bom, eu trabalho aqui. 

- Opa, pera ai. - digo confusa. - Mas voce poderia ser engenharia. 

- Sim...- vejo seu sorriso sumir e dá lugar a uma cara triste. - Muitas coisas mudaram, Freen. - Ela olhava nos meus olhos, ela estava tão diferente. 

- Mudaram mesmo, voce tem mais bunda agora, o que voce fez? Plástica? - pergunta Tee se inclinado mais para frente para poder vê o traseiro de Becky. 

- Céus, vou morrer de vergonha. - Tampo o meu rosto com as mãos, com certeza estava vermelha. Ouço a risada bem mais auditiva de Becky, abro uma brecha em minhas mãos e a vejo vermelha de tanto rir. 

- Voce continua sendo hilária. - Ameniza a risada. - É  só academia, Tee. 

- Eu preciso ir fazer essa academia que voce faz. - Admitiu Tee. 

- Poderíamos marcar um dia. - Disse Becky esperançosa. 

- Eu e voce, Freen não precisa já que ela sempre teve bundona. 

- Verdade. - Becky  murmurou bem baixo, mas não tão baixo assim já que ouvi, ela deu sorriso que não consegui entender. 

- Ok, eu vou embora se vocês continuarem a falar sobre minha bunda. - digo fingindo está irritada. 

- Bom... - Diz Becky já querendo mudar de assunto. - Eu estava indo deixar um relatório...- mostra uma pasta que só agora notei que estava na mão. - mas acho que dá tempo da gente tomar um café e eu posso pagar, vocês me acompanham? - sugeriu insegura. 

- Café de graça. óbvio que acompanho. - responde Tee, Becky olhou para mim esperançosa. 

Estava em dúvida se aceitar o convite ou não, se fosse com ela iria permiti que Becky entrasse na minha vida mias uma vez, pois sempre foi assim, quando brigávamos e ela tentava achar uma brecha para se aproximar e quando dou conta ela se encontrava ao meu lado de novo, como se nada tivesse acontecido. 

Eu odeio sentir isso, esse medo e essa insegurança, mas se ela for mesmo embora eu quero que pelo menos depois de anos a gente consiga ser amigas e ter momentos felizes, eu sinto falta dela, na verdade acho que sempre senti, mesmo que seja complicado admitir isso agora. Respiro fundo e digo:

- É, um café é bom. - respondi insegura com um sorriso. 






O primeiro amor - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora