Um apocalipse zumbi não estava nos planos de Rydel, uma jovem professora do jardim da infância. Facas e armas assumiram as mãos que antes seguravam giz de cera e canetas coloridas. Ao invés de ensinar alguém, ela se tornou a aluna para aprender a so...
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Glenn hesitou, o peso das palavras de Rydeline o atingindo como um soco. Ele queria confortá-la, segurá-la e dizer que tudo ficaria bem, mas sabia que o trauma era mais profundo do que qualquer palavra poderia alcançar. Ele balançou a cabeça, derrotado, antes de se afastar lentamente da cela.
— Tudo bem, Ryd. Eu vou respeitar seu espaço. Mas eu estou aqui... quando você quiser falar. — Disse ele com voz baixa e cheia de pesar.
Rydeline observou Glenn desaparecer no corredor, e assim que ele saiu de vista, desabou na cama, sentindo o peso de tudo afundá-la cada vez mais. A dor em seu peito era quase física, como se o toque de Philip ainda estivesse gravado em sua pele, e por mais que tentasse, não conseguia se libertar daquela sensação sufocante.
Ela passou as mãos no rosto, os olhos ainda ardendo das lágrimas. Queria gritar, mas sabia que, por mais alto que gritasse, não conseguiria expulsar o terror que a consumia.
O tempo passou lentamente. O sol já começava a se pôr quando ela ouviu passos leves se aproximando. Uma voz suave e hesitante a chamou.
— Rydeline? — Era Maggie.
Por mais que a professora fugisse de todos, parecia que todos iam atrás dela.
— Eu não quero falar com ninguém, Maggie — respondeu Rydeline, sua voz rouca e cansada.
— Eu sei... Eu só... — Maggie hesitou. — Eu só queria dizer que eu entendo, de certa forma. Ver você dessa maneira me quebra.
— Ele nos quebrou, Maggie — Rydeline finalmente sussurrou, a voz fraca. — Como podemos voltar a ser o que éramos?
Maggie se aproximou da cela e se sentou do lado de fora, como se quisesse estar perto, mas respeitando o espaço de Rydeline.
— Nós não voltamos a ser como éramos. — Maggie suspirou. — Mas, de alguma forma, nós seguimos em frente. Encontramos uma nova maneira de viver, de lutar, e de proteger quem amamos. Não precisamos ser as mesmas de antes. Mas não podemos deixar eles nos definirem.
Rydeline olhou para o teto da cela. As palavras de Maggie ecoavam em sua mente, mas parecia impossível naquele momento.
— Eu sei que você tem razão — murmurou Rydeline. — Mas agora... agora eu só quero que essa dor passe. E que ele desapareça da minha mente para sempre.
Maggie assentiu, mesmo que Rydeline não pudesse vê-la.
— Um passo de cada vez, Ryd. Você não está sozinha. — Maggie se levantou e saiu em silêncio, deixando Rydeline com seus pensamentos.
Naquela mesma noite, Rydeline estava deitada, encarando o teto quando ouviu uma batida suave na cortina de sua cela. Era Devon. Ele parecia um pouco mais forte, embora o curativo no rosto ainda estivesse encharcado de sangue seco.
