Cicatrizes Invisíveis.

Capítulo 2

(Narrado por Elena)

O tempo passou rápido demais para eu perceber que algo estava errado. O primeiro mês com Alexander foi uma montanha-russa de emoções intensas, mas eu estava apaixonada demais para notar os sinais sutis de alerta que ele estava me dando. Eu estava cega pela ideia de um amor perfeito, sem ver que o que parecia ser perfeito estava começando a se desmoronar.

As manhãs que começavam com mensagens de bom dia, se transformaram em breves "oi" em que ele parecia ocupado. No início, achei que era apenas uma fase. Talvez ele estivesse atolado de trabalho, ou quem sabe cansado de algo mais. As mensagens demoradas se tornaram espaçadas e, por último, sumiram completamente.

Um dia, ao chegar à escola, encontrei Alexander conversando com outra garota. Ela estava rindo de algo que ele disse, e ele estava com aquele sorriso de sempre. Meu coração apertou ao vê-los juntos. Quando ele percebeu que eu estava observando, seu sorriso se desvaneceu. Ele caminhou até mim e tentou me beijar, como se nada tivesse acontecido. Eu, como sempre, tentei acreditar na explicação dele. "Era só uma amiga", ele dizia, "não é nada demais".

Mas, no fundo, eu sabia que algo estava errado. A insegurança começou a se instalar em mim, como uma sombra que não conseguia me deixar. Eu estava começando a duvidar de mim mesma, da minha importância na vida dele. Era como se eu estivesse constantemente andando sobre cascas de ovo, tentando não fazer nada que pudesse afastá-lo ainda mais.

(Narrado por Alexander)

Eu sabia que estava criando uma tensão. No início, era divertido, era uma maneira de ver até onde eu poderia ir sem realmente causar um rompimento. Mas, quanto mais eu me afastava, mais Elena se agarrava a mim. Ela era uma pessoa incrível, mas eu não estava preparado para o nível de intensidade que ela queria de mim.

A verdade é que eu estava lutando com meus próprios demônios. O relacionamento estava se tornando uma prisão em vez de uma fonte de alegria. Eu estava começando a sentir que precisava me libertar, mas não sabia como. O contraste entre minha liberdade e a devoção dela estava criando um vácuo entre nós, e eu não tinha coragem de dar o passo final que precisava ser dado.

Aquela garota com quem eu conversava não significava nada para mim, mas o que eu não percebia era o quanto minhas ações estavam prejudicando Elena. Eu não estava pronto para encarar a realidade de que precisava mudar, e, ao invés disso, mergulhei ainda mais fundo no comportamento que sabia que estava errado.

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(Narrado por Elena)

Uma noite, Alexander me ligou, pedindo para nos encontrarmos. Eu estava animada e nervosa, esperando que ele quisesse conversar e resolver as coisas. Quando cheguei ao local combinado, ele estava diferente. A expressão dele estava fechada, distante. Ele me cumprimentou com um beijo no rosto e disse que precisava de espaço, que estava confuso.

As palavras dele foram como facas afiadas, cortando profundamente. Eu tentei entender, mas as palavras não faziam sentido. Ele falava de espaço e confusão, mas não explicou o motivo real de sua mudança. Quando ele terminou a ligação, eu me senti devastada. A confiança que eu tinha nele estava começando a se desgastar.

Nos dias seguintes, tentei dar a ele o espaço que ele pediu, mas a distância entre nós só aumentava. Cada mensagem não respondida, cada ausência dele, me fazia sentir como se eu estivesse à deriva em um mar de incertezas. Eu me perguntava se algo estava realmente errado com ele ou se a culpa era toda minha.

(Narrado por Alexander)

Eu estava perdido. Eu sabia que estava prejudicando Elena, mas também sentia que estava preso em uma relação que não conseguia mais controlar. A pressão que sentia para manter a imagem de um bom namorado estava começando a me sufocar. Eu queria que as coisas voltassem a ser como antes, mas a verdade era que eu não sabia como consertar o que estava quebrado.

Elena estava se tornando uma constante lembrança do que eu havia perdido e do que não estava disposto a dar. A frustração de ver a dor nos olhos dela, e a incapacidade de mudar o que estava acontecendo, estavam começando a me consumir. Eu estava agindo de maneira egoísta, mas a culpa e a vergonha estavam me impedindo de ser honesto com ela.

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(Narrado por Elena)

Eu comecei a me perguntar se estava apenas adiando o inevitável. A dor que eu sentia era constante e esmagadora. Cada dia parecia mais difícil do que o anterior. Alexander estava cada vez mais distante e eu estava lutando para encontrar um senso de normalidade na minha vida.

Foi então que decidi falar com minhas amigas. Elas estavam preocupadas com o que estava acontecendo e queriam me ajudar, mas eu sabia que a verdadeira ajuda precisava vir de mim mesma. Eu precisava encontrar a coragem para enfrentar a realidade e tomar decisões que me protegeriam a longo prazo.

Elena sabia que estava no limite e que precisava enfrentar a situação com a clareza que não tinha antes. A relação estava se tornando uma fonte constante de dor, e a única forma de superar isso seria enfrentando a verdade, por mais difícil que fosse. A decisão de lutar por si mesma e a força para seguir em frente seriam o ponto de virada crucial em sua jornada emocional.