Capítulo 5.

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(Narrado por Elena)

O alarme do meu despertador tocou cedo como sempre, e eu me levantei com um suspiro profundo. O sol mal havia surgido, mas a luz que entrava pela janela já estava começando a iluminar o meu quarto. Olhei para o espelho, com os cabelos ainda desalinhados e os olhos um pouco inchados. A dor dos últimos dias ainda estava visível, mas eu tentava esconder. Havia dias em que me sentia forte e decidida, e outros em que a tristeza parecia pesar demais.

O ritual matinal começou: tomei um banho quente e relaxante, que me ajudava a clarear a mente e a me preparar para o dia. A água caía sobre mim e eu fechava os olhos, tentando me desconectar dos pensamentos angustiantes que pairavam na minha mente. A sensação de água morna era reconfortante e me dava uma breve sensação de alívio.

Escolhi uma roupa confortável: um suéter cinza claro e jeans escuros. O look era simples, mas era o tipo de roupa que me fazia sentir um pouco mais confiante. Na frente do espelho, tentei aplicar um pouco de maquiagem, apenas o suficiente para cobrir as olheiras e dar um toque de vivacidade ao meu rosto. Meus cabelos estavam presos em um coque bagunçado, um estilo prático para o dia.

Quando finalmente saí de casa, me senti um pouco mais animada. O ar fresco da manhã ajudava a clarear os pensamentos. Encontrei minhas amigas na esquina, e elas me cumprimentaram com sorrisos calorosos. Conversamos sobre planos para o final de semana e tentamos nos distrair. A presença delas me era reconfortante, e, por um momento, senti que tudo poderia melhorar.

(Narrado por Alexander)

Enquanto Elena seguia sua rotina, eu estava em casa, tentando me preparar para o que seria um dia de confraternização com meus amigos. A casa estava silenciosa e o vazio parecia se intensificar conforme eu me preparava. A imagem de Elena ainda estava gravada na minha mente, e o arrependimento que eu sentia me fazia questionar cada escolha que havia feito.

Passei um bom tempo decidindo o que vestir, algo que não chamasse muito a atenção, mas que me fizesse sentir minimamente confortável. Acabei escolhendo uma camisa azul clara e jeans escuros. Meu cabelo estava arrumado de maneira despretensiosa, e eu tentei não pensar muito nas minhas inseguranças.

O dia estava ensolarado e parecia perfeito para sair. No entanto, a ideia de encontrar com meus amigos não me animava tanto quanto eu esperava. Eu ainda estava preso na dúvida se havia feito a escolha certa ao afastar Elena, e as conversas triviais com meus amigos não conseguiam afastar a sensação de vazio que eu sentia.

(Narrado por Elena)

Ao chegar na escola, eu me encontrei com minhas amigas e conversamos sobre os eventos do dia. Mas, enquanto eu tentava me concentrar nas conversas e em manter uma atitude positiva, minha mente não parava de vagar. Eu via Alexander em alguns corredores, mas ele estava com um grupo de amigos e não parecia notar minha presença.

As aulas começaram, e eu me esforçava para acompanhar o conteúdo. A distração estava em alta, e as palavras dos professores muitas vezes se misturavam com meus pensamentos sobre o que havia acontecido e sobre o que poderia vir a acontecer. O fato de ver Alexander com frequência pela escola apenas intensificava a confusão que eu sentia.

(Narrado por Alexander)

No intervalo, eu decidi sair para respirar um pouco. Meus amigos estavam conversando e rindo, mas eu estava distante. Saí para o pátio e me sentei em um banco, tentando organizar meus pensamentos. Foi então que vi Elena atravessando o pátio com suas amigas. Ela estava rindo e conversando, mas havia algo em sua expressão que me fez perceber a dificuldade que ela estava enfrentando.

Eu sabia que não devia me aproximar, que era melhor manter a distância para que ela pudesse encontrar sua própria paz. Mas a dor de vê-la assim, com um sorriso forçado, me fez querer correr até ela e tentar de alguma forma consertar as coisas. No entanto, eu sabia que qualquer tentativa de aproximação agora só pioraria a situação.

(Narrado por Elena)

Após o intervalo, eu e minhas amigas fomos para a biblioteca estudar. O espaço era tranquilo e me ajudava a focar. Mesmo com a mente cheia de pensamentos sobre Alexander, eu tentava me concentrar nos livros e nas atividades escolares. A distração era uma aliada, e eu tentava usá-la para me proteger da dor emocional.

Quando o dia escolar finalmente terminou, eu me despedi das minhas amigas e fui para casa. A sensação de retorno ao meu quarto era um alívio. Estava exausta, e a perspectiva de ter um pouco de tempo sozinha me dava uma sensação de paz temporária. Preparei um lanche leve e me deitei na cama, tentando esquecer as preocupações do dia.

(Narrado por Alexander)

Eu passei o restante do dia com meus amigos, tentando me envolver nas conversas e atividades. Mas, mesmo no meio da diversão, o pensamento de Elena não me deixava em paz. Eu sabia que precisava lidar com a situação, mas o medo de causar mais dor me impedia de agir.

Aquela noite, enquanto olhava para o teto do meu quarto, percebi o quanto a decisão de terminar o relacionamento estava me custando. A ausência de Elena estava se tornando uma constante lembrança do que eu havia perdido e do quanto eu ainda precisava crescer e mudar. A tristeza e o arrependimento me acompanhavam, e eu sabia que, de alguma forma, precisaria encontrar uma maneira de lidar com esses sentimentos e, quem sabe, um dia, consertar o que havia sido quebrado.

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