Penelope
Descemos as escadas primeiro um, depois outro para não levantar suspeitas, e como se nada tivesse acontecido, voltamos para a festa. Dante me levou de volta para a minha mesa e finalmente pude descansar minhas pernas trêmulas.
— Fique aqui, vou providenciar algo para você comer. Doce ou salgado?
— Doce.
— Está bem, espere um pouco. — Ele se afastou e o acompanhei com os olhos até o buffet farto da cerimônia.
— Olha quem está aqui... Pensei que não teríamos um momento para conversarmos hoje docinho...
— Ah. Oi Henry. Pois é, estava um pouco ocupada.
— Isso explica o por quê de eu procurá-la para dançar e não ter te encontrado. Me permite agora? — Ele estende a mão para mim.
— Obrigada Henry, mas devo recusar. Quero ficar sentada por um tempo.
— Ah, que isso irmãzinha, vai recusar um tempo comigo?
— Hum-Hum. — Dante pigarreia logo atrás de Henry e o encara quando o mesmo se vira. — Que história é essa de irmãzinha? Por um acaso beija Ava ou Mia?
— Credo! Claro que não! É só um apelido carinhoso!
— Então não a chame assim! Penelope não é nossa irmã, aliás, ela é nossa convidada e deve ser respeitada acima de tudo. Coloque-se no seu lugar! Fui claro? — Ele disse com a voz ligeiramente autoritária mas logo a suaviza ao se referir à mim. — Aqui está o doce que me pediu miúda.
— Obrigada. — Sorri ao tomar o prato de bolo sabor red velvet com com recheio de três leites de suas mãos e o mesmo sorriu de volta. — Huum, isso está uma delícia! — Por alguns segundos esqueci a tensão que estava instaurada entre os dois.
— Que bom que gostou... — Parece que ele também.
— É... Dante? Podemos conversar em particular um instante?
Dante me olhou e olhou para ele de novo, cedendo ao seu chamado.
— Pen, nos dê licença, sim? — Ele se despediu e saiu em direção da saída junto de seu irmão.
Dante
Caminhamos lentamente até uma fonte de água feita de concreto que tinha no jardim de Aubrey Hall. Estufei o meu peito e ergui meu queixo ao tentar absorver paciência naquele ambiente aparentemente calmo.
— Dante, não estou entendendo... Por quê está agindo assim?
— Assim como? — Saquei um cigarro do meu bolso e o acendi com um isqueiro.
— Me controlando. Você nunca fez isso!
— Agora é diferente. É sobre Penelope que estamos falando. — Dei uma tragada, aspirei a fumaça deixando a mesma invadir os meus pulmões e a soprei no ar.
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Corações de argila - Penelope Crane
Romance(História 4) Penelope Crane, a filha legítima mais velha de Phillip e Eloise Crane, é uma jovem de 23 anos que acaba de se envolver com dois homens influentes da alta sociedade, ambos excelentes candidatos para o casamento. O que torna a situação ai...