Fulminante

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Dante

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Dante

Nos dias seguintes percebi uma aproximação ainda maior entre Penelope e Henry.
Eu já deveria esperar isso dele, já que não passa de um oportunista.

Um dos motivos pelos quais me causa arrepios abrir mão do meu título e entregá-lo em suas mãos. Se não fosse por isso, largaria tudo e voltaria para Penelope sem pensar duas vezes.

Mas não estava falando somente de mim. Tinha muito mais envolvido. O futuro da minha mãe e das minhas irmãs estava em risco e eu não podia cruzar os meus braços e esquecer que elas são minha prioridade.

As chances de Henry fazer maus negócios, nos colocar em maus lençóis e até entregar a mão de Ava e Mia para algum idiota da alta sociedade, apenas por ser algo vantajoso para ele, eram grandes demais.

Não podia arriscar algo assim. Nem que isso custasse a minha própria felicidade e estar fadado à ficar para sempre com alguém que eu não amo.

Meu pai sabia o peso que isso tinha para mim e foi bem claro de que me destituiria do título se não levasse o meu compromisso com Delilah adiante.
Por um lado compreendo, que eu como futuro patriarca da família, tenho que fazer decisões difíceis, por outro, me revoltava toda vez que via Henry engraçando-se com o amor da minha vida.

Eu não tinha sossego para fumar um cigarro em paz na varanda, que os via no jardim. Ouvia suas vozes, ouvia comentários sobre o relacionamento que se desenvolvia, até que dois meses depois, ouvi sobre um noivado. Isso só pode ser a droga de uma brincadeira!

Tentei ao máximo ignorar meus sentimentos e esquecer Penelope de uma vez por todas. Tentei me envolver com Delilah, mas tudo o que sentia por ela era uma simples amizade. A tinha como uma querida conhecida, nada mais que isso.

Não havia vontade de beijar seus lábios, não havia vontade de atraí-la para perto e nem de levá-la para a cama. Por mais desejável que fosse aos olhos de qualquer homem, ela não era Penelope. Não chegava nem perto.

Isso fazia com que eu me sentisse um monstro, pois estava tentando me enganar, e no processo a enganava também. Eu queria fazê-la feliz, porque Del realmente merecia ser feliz, mas no fundo sabia que eu não podia lhe dar tal felicidade.

Não enquanto Pen fosse o meu pensamento ao me deitar e ao me levantar. Não enquanto fosse a razão por eu estar quase virando um alcoólatra a fim de adormecer a minha mente e esquecer de que ela estava nos braços do meu irmão e não nos meus.

Olhei para o fundo do meu copo de whisky, que à dez segundos estava cheio, e tornei à servir um pouco mais de bebida. Me afundando pouco à pouco no álcool e na autopiedade.

Aquela dose não durou muito, então olhei ao redor da adega que tinha uma luz fraca e me lembrei mais uma vez do nosso último beijo, do nosso último adeus. Meu coração afundou-se dentro do peito.

Corações de argila - Penelope Crane Onde histórias criam vida. Descubra agora