Amizade

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Penelope

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Penelope

Não recuei.

Porquê o faria? Eu deveria ficar chorando as pitangas ao ver Dante amando outra mulher, bem debaixo do meu nariz?
Ou deveria aceitar ser sua amante e viver à sua sombra, enquanto enganasse a esposa?

Não estava disposta à me rebaixar por homem algum. Nem que seus beijos fossem a raiz dos meus problemas e a solução deles também.
Nem que ele fosse a minha queda e a minha salvação. Jamais aceitaria migalhas de um amor pela metade.
Se Dante não me ama agora, não vai me amar nunca.

Beijar Henry é como se eu estivesse substituindo o gosto amargo dele que ficou na minha boca.
Seus lábios foram mais gentis dessa vez, mas ainda sim, não passava de carícias sem sentido. Faltava a intensidade que o meu coração buscava.
Foi como se nossas almas nem mesmo estivessem ali.

Fechei os olhos e tentei me perder naquele beijo, fingindo que a dor não existia, mas era inútil. Cada segundo me lembrava que eu o beijava por vingança, não por desejo.

De repente ouvimos passos se aproximarem.

— Ah minha nossa! Me-me desculpem, eu não quis interromper... — Delilah passou por nós constrangida e com passinhos rápidos e curtos enfiou-se para dentro de seu quarto.

Olhei para Henry engolindo em seco e quis sumir da face da terra.

— Ah docinho! Isso foi muito bom...

— Foi um erro Henry. Eu não devia...

Ele franziu o cenho irritado. — Por quê? Por meu irmão? Ele não dá a mínima pra você! — Pausou —
Eu que estou aqui, ele não está. Preferiu ficar com outra à ficar com você e está dizendo pra mim que não devia?

— E-eu...

— Eu quero ficar com você. Por quê não me dá uma chance?  Gosta de ficar chorando por aquele idiota? — Havia agressividade em suas palavras, e uma pergunta atropelava a outra me dando a menor chance de responder.
Por fim pausou e ficou me encarando.

— Eu não sei Henry. Preciso pensar. — Pisquei repetidamente ao notar que ele havia me encurralado na parede enquanto se exaltava.

— Não demore. Não tenho todo tempo do mundo.

Senti meu estômago embrulhar com suas palavras e me assustei com seus gestos, cambaleando para trás.

Ele me deixou desolada ali no corredor e seguiu seu caminho.

_________

Depois de me afogar em lágrimas por Dante, por Henry e por mim, mais tarde, ouvi uma batida suave na porta do meu quarto.

— Quem é?

— Penelope, sou eu... — Sua voz doce ecoou pelo corredor.

Corações de argila - Penelope Crane Onde histórias criam vida. Descubra agora