Coração de argila

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Penelope

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Penelope

Dei um passo para trás como se hesitasse, mas senti a mão acolhedora de Dante apoiar-se nas minhas costas, me dando encorajamento.

Estufei o peito e entrei na sala. O diretor Beaumont estava sentado em uma cadeira giratória feita de couro e tinha as duas mãos apoiadas sobre a mesa de madeira.

— Olá, lorde Dante, senhorita Crane, é um prazer recebê-los... Em que posso lhes ser útil?

— Ah...é... — Travei.

— O prazer é todo nosso, diretor Beaumont. Gostaríamos de realizar a inscrição de senhorita Crane em sua instituição de ensino. Penelope é muito talentosa e estou certo de que tem muito à acrescentar em sua academia.

— Certo. Bem, nós já estamos com todas as vagas preenchidas mas acredito que possa abrir uma excessão para o senhor, lorde Dante.

Olhei para Dante e percebi como sua aura imponente preenchia todo o lugar, as portas lhe eram facilmente abertas. Ele era realmente muito poderoso e nem sequer havia herdado o título de barão ainda...

— Então, senhorita Crane, gostaria de se inscrever para qual curso?

Dante olhou para mim erguendo as sobrancelhas me coagindo à dizer alguma coisa.

Pigarreei — Pretendo cursar olaria e tenho bastante interesse de ampliar os meus conhecimentos em escultura.

— Perfeito. Já tem alguma experiência? — Pausou — Por mais que nós sejamos uma instituição de ensino, prezamos que os nossos alunos tenham o mínimo de talento possível, para assim aprimorá-los.

Ergui meu queixo, mantendo a compostura apesar da pressão das palavras do diretor.

— Sim, já tenho alguma experiência — respondi com firmeza. — Tenho trabalhado com olaria por alguns anos e recentemente comecei a explorar escultura. Sei que ainda tenho muito à aprender, mas acredito que posso trazer algo único para a academia. Estou pronta para aprimorar minhas habilidades.

— Ótimo, senhorita Crane. É esse tipo de paixão que buscamos aqui em nossa instituição. Poderia me mostrar o seu trabalho?

Olhei para Dante que tinha um sorriso reconfortante e voltei à olhar para ele.

— Cla-claro.

— Ótimo. Me acompanhe por gentileza...

Diretor Beaumont saiu à nossa frente, pedi para que a minha dama de companhia aguardasse no mesmo lugar porque não íamos demorar e caminhamos até um ateliê da academia ainda mais equipado que o meu.

— Ótimo, senhorita Crane, vamos começar com uma escultura, pode ser?

Concordei, coloquei um avental e arregassei as minhas mangas.
Respirei fundo e fechei os meus olhos para que a inspiração de alguma forma, por mágica ou milagre, viesse à minha mente.

Corações de argila - Penelope Crane Onde histórias criam vida. Descubra agora