Pen?

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Dante

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Dante

Eu deveria estar arrependido?
Deveria ter feito de um jeito diferente?
Havia alguma outra alternativa?
Não passa nada pela minha cabeça agora, mas estou certo de que Penelope me odeia e que magoei os sentimentos de Delilah.

A culpa pairou sobre mim. Culpa, não arrependimento.
Não me arrependi do que fiz, e se precisasse faria de novo, só para não perdê-la. Talvez usaria uma abordagem um pouco mais sutil... Mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas.

Acho que nem pensei nas consequências para ser sincero. Sabia que Pen poderia me odiar. Mas era muito melhor me detestar estando na minha cama, do quê me amar, na cama de Henry.
Prefiro mil vezes ter seu mal humor na mesa do café da manhã todos os dias, seu desprezo e sua antipatia, à saber que estaria infeliz e sendo traída pelo meu irmão.

Para mim, a conta é simples.
Ela pode achar que é puro egoísmo da minha parte e que eu só quis reinvidicá-la pelo meu bel prazer, o que não é de todo mentira, mas não suportaria assistir sua vida ser arruinada por aquele patife que nem parece ser do mesmo sangue que eu.

Vou dar o meu nome à ela. Penelope será a minha esposa. E mais cedo ou mais tarde, vai perceber que não consegue se manter longe de mim por tanto tempo.

Mas nada disso faz com que eu deixe de ser um monstro. Eu daria um futuro à ela. Mas e quanto à Delilah? Ela sempre foi tão meiga e tão amável comigo, e agora vai ter de se casar com um homem de má fama...

A mesma me contou de que as criadas fofoqueiras comentaram de que o viúvo tem problemas com apostas, é significativamente mais velho que ela e um tanto rude.
Sua esposa morreu de uma forma misteriosa, da qual, ninguém sabe ao certo como sucedeu.
Só que ele busca uma mulher, para dar continuidade à sua linhagem. Que romântico!

Poderia me perguntar se lorde Leopold não bate bem da cabeça ao entregar sua filha à um tipo como esse, mas nos dias de hoje, isso não é visto como um problema entre os homens da alta sociedade.

Ainda mais quando o candidato é um conde poderoso. E sua filha ter sido abandonada às vésperas do casamento por um idiota completo, aumenta ainda mais a urgência de assegurar uma união "respeitável".

Queria ao menos uma garantia de que ela fosse ficar bem, já que tenho muita estima por sua pessoa.
Tomei coragem por fim e fui até o quarto de Delilah. Bati na sua porta algumas vezes e a mesma me ignorou.

— Dell, abre por favor. Precisamos conversar... — Insisti mais uma vez.

— Não tenho nada para falar com você! — Sua voz irritada atravessou as paredes.

— Eu preciso... Preciso te explicar. — Ela abre a porta em um movimento súbito e me encara com seus olhos ardentes.

Engoli em seco. Aquela coisinha parecia irada.

Corações de argila - Penelope Crane Onde histórias criam vida. Descubra agora