— Aqui, menino, pega! — o enorme cão de três cabeças se choca contra a parede, mas consegue morder a bola de praia reforçada com a cabeça esquerda; ele corre e a coloca aos pés de Harry antes de pedir carinho — Muito bem, bom garoto!
Os dois focam na porta ao ouví-la rangendo, logo vendo Quirrell passar.
Ele arregala os olhos.
— Senhor Potter! O que está fazendo aqui? E com a fera solta, ainda por cima!
— Oi, professor. Venho brincar com ele às vezes. E o senhor?
— Ah, eu– ah, vim... Ter certeza de que estava tudo bem. — Fofo rosna.
— O professor Flitwick disse que ninguém mais vinha aqui.
— Oh, sim, bem, eu– Eu me preocupo muito com a segurança da pedra filosofal–
— Pedra filosofal? — Harry franze o cenho — Não há razão para esconder isso aqui–
— Infelizmente, senhor Potter, você sabe demais. — ele arregala os olhos ao desviar de um feitiço, ativando o presente de natal de Fofo.
Uma placa de metal surge de sua coleira, repelindo qualquer feitiço lançado no corpo peludo.
— Professor, o que... Quem...? — o menino cambaleia para trás ao sentir a cicatriz queimar; o cérbero pula no caminho de mais dois feitiços.
— Você ainda não adivinhou, Harry? Eu sou aquele que você teme, aquele que destruiu sua vida e quem a terminará. — Harry arregala os olhos, mal conseguindo se manter de pé.
— Voldemort. Você é Voldemort.
— Sim, sim, se não é um verdadeiro prodígio. Agora morra! — o feitiço é repelido por Fofo novamente, fazendo o ser possuído rosnar; esse padrão se mantém enquanto Harry praticamente desmaia.
Leva alguns minutos para o canídeo ser atingido por um flipendo, derrapando até bater na parede oposta.
Harry vê o feitiço verde se aproximando, fechando os olhos em resignação.
Com isso ele não vê o feitiço ser literalmente acertado por uma bola de fogo e sumir no ar, muito menos quatro criaturas furiosas surgirem lideradas por uma bolinha de pêlos.
O garoto olha confuso quando ouve um relincho, logo abrindo os olhos para encontrar Narciso, Major e Opala formando uma linha defensiva, Wanda na frente do cavalo alado como se estivesse liderando. Rowena, muito orgulhosa de si mesma, corre para o colo do amigo.
Quirrelmort arregala os olhos, especialmente quando o cérbero negro se recupera e fica atrás do grupo em posição de ataque. Wanda salta, distraindo o adulto o suficiente para que este seja atingido por uma bola de fogo lilás de Opala, empurrando-o para a parede, onde Major lhe dá uma cabeçada no peito, fazendo seu crânio estalar ao bater na parede.
Depois disso, apenas a visão do grifo se aproximando devagar é mais que suficiente para literalmente matar o humano de susto. Uma nuvem negra com o rosto de Voldemort sai gritando e voa para longe, causando calafrios em Harry.
Ele leva vários minutos para se recuperar, todas as criaturas se acomodando próximas, a não ser Wanda, que se junta à Rowena em seu colo.
— Certo. — o garoto respira fundo — Ok, vamos lá. Obrigado, muito obrigado a todos vocês. Por servir de escudo, Fofo, por chamar todos, Rowena, e por virem tão depressa, pessoal. — o agradecimento é recebido com barulhos animados, fazendo o Potter sorrir um pouco — Todos vocês, de volta para a maleta. Fofo, quer ir? — as três cabeças assentem enfaticamente — Ótimo. Rowena, preciso que vá chamar Dumbledore, e se não encontrá-lo, McGonagall ou Flitwick. Não diga que tudo já passou, faça parecer que estamos no meio do duelo e estou perdendo.
A bolinha de pêlos assente e sai correndo; Harry ajuda os outros cinco a voltar para a maleta, pedindo ao palomino que cuide do novo morador por enquanto, e então se encosta na parede e finge um estado de choque.
Não é muito difícil.
McGonagall, Flitwick, Sprout e Snape aparecem apressados e com as varinhas em punho, apenas para pararem chocados com o que encontram: o corpo de Quirrel em uma parede e um Harry pálido respirando lentamente enquanto sentado o mais longe possível.
— Harry! — seu chefe de casa, ao lado de Rowena, é o primeiro a correr até o aluno.
Ele é levado às pressas, mas ainda discretamente, para a ala hospitalar, onde é milagrosamente diagnosticado apenas como em estado de choque e recebe um calmante. O garoto cochila antes de explicar o que aconteceu: como o professor entrou e sua voz mudou, a descoberta de Voldemort, Fofo foi atingido por um feitiço desconhecido e desapareceu e Harry desviou de feitiços por vários minutos antes do lorde das trevas gritar irritado e sumir em uma nuvem negra, o corpo de Quirrel morrendo logo depois.
Ninguém mais soube, já que Harry nunca contou nem para seus amigos (apenas para Ariadne, que espalhou para Newt; Scamander não guardam segredos entre si). Ele recebe duzentos pontos e um prêmio por serviços prestados à escola, batendo o recorde de dois em um ano.
Flitwick intensifica seu treinamento de duelo, dizendo que Harry estava mais que pronto – e necessitado – para o próximo passo. Na escola, apenas Kettleburn ouve a história real; ele se surpreende com o comportamento das criaturas.
O primeiro ano de Harry na escola foi... Agitado. Mas ele se divertiu muito, fez amizades verdadeiras e está realmente ansioso para o próximo.
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Scamander's son
FanfictionEnquanto limpava o jardim de seus tios, o pequeno Harry encontra uma criatura misteriosa. A pequena e muito simpática bolinha de pêlos o conquista, mas foge para a floresta da praça próxima. Harry a segue, encontrando uma mulher misteriosa que muda...