Perspectivas

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— Rowena, para! — Harry quase bate na parede em uma curva, mas se recupera rapidamente e continua correndo atrás da amiga.

Ela continua correndo, para fora do castelo e adentrando a Floresta Proibida; o moreno a segue sem hesitar.

— Rowena! — ele grita ao vê-la encarando um cachorro quase da altura de sua cintura; a bolinha de pêlos se vira e sorri docemente antes de escalar até seu bolso.

O cachorro rosna, mas encolhe as orelhas quando vê a criatura atrás de Harry. O garoto sorri.

— Oi, Ellie. — ela pateia o chão. Eles ficam parados assim por vários segundos antes que, depois de muita consideração, o cachorro se torne humano.

— Harry, eu–

— Sirius Black. Então foi assim que fugiu de Azkaban. — ele praticamente cospe; Eleanor se agita atrás de si, fazendo o condenado tremer.

Na maleta, Wanda sente uma perturbação; ela e Edwiges correm para chamar todos os outros.

Para azar de Sirius, a guarda era Opala; ela já surge de dentro da maleta preparando uma bola de fogo.

Harry sorri entre as duas feras.

— Acho que percebe que está em desvantagem. Palavras finais antes de ser entregue? — o homem engole em seco.

— Não fui eu quem matou seus pais.

— Claro que não, foi Voldemort, eu me lembro. Você só nos entregou.

— Não, Harry–

— Não diga meu nome! — as duas feras entram ainda mais em posição de ataque.

— Certo, desculpe. Eu era amigo dos seus pais, o melhor amigo. — ele ergue as mãos ao ver o moreno erguer uma sobrancelha sarcástica — Eu teria feito qualquer coisa por eles. Seus pais estavam sob o feitiço Fidelius... Sabe o que é?

— Claro que sim. Não graças à você, cresci no mundo bruxo. — Sirius estremece.

— Desculpe. Sim, primeiro eles me pediram para ser o fiel do segredo. Mas então pensamos... Era tão óbvio. Assim que eles sumissem, todos pensariam em mim. Não queríamos arriscar, então eles escolherem a opção menos provável em que confiavam: Peter Pettigrew.

— Seu amigo que você matou junto com treze no-mag inocentes?

— Não matei. O que não sabíamos na época era que o rato sujo já estava nas fileiras de Voldemort. Oh, deve ter sido a maior conquista da vida dele, entregar sua família. — o pré adolescente arregala os olhos.

— Não pode ser. Há provas...

— Não, não há. Fui condenado sem julgamento, foi tudo opinião popular.

— E Pettigrew e os no-mag?

— Sim, eu encurralei Peter. Sabe, fui eu quem te tirou das ruínas da sua casa. Hagrid apareceu para buscá-lo, e eu aproveitei a oportunidade. Foi a pior escolha da minha vida, Harry, mas te entreguei e fui atrás do rato imundo. Encurralei-o naquela rua. Rato não é só apelido, ele também é animago. Explodiu a rua, decepou o próprio dedo e fugiu com os outros para o esgoto.

— Essa história... — o menino engole o nó em sua garganta — Não é nada crível.

— Eu sei bem, mas juro que é a verdade, se quiser posso fazer até mesmo um voto perpétuo. Sou seu padrinho, Harry, — o Potter arregala os olhos — e você é o que mais me importa no mundo. Se não acreditar em mim, faço o que pedir para provar. Se decidir me entregar, não vou protestar.

Scamander's sonOnde histórias criam vida. Descubra agora