08 - Café pt2

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— Sabe... — Filipe começou, pegando uma fatia de torrada e olhando para ela com um sorriso meio pensativo — ...não achei que isso fosse acontecer. Quer dizer, eu e você. A gente não parecia combinar muito no começo.

Talita riu suavemente, tomando mais um gole de café.

— Não vou mentir, eu também pensei a mesma coisa. Mas, aparentemente, você é bom em surpreender, né?

Filipe deu de ombros, inclinando-se mais para perto, agora com um olhar mais sério, embora ainda carregado de leveza.

— Acho que você me fez querer mostrar mais do que a maioria vê. Às vezes, a gente coloca uma armadura, sabe? Especialmente no meu meio. Mas com você... as coisas parecem mais... fáceis.

Talita deixou a xícara de café na bandeja e olhou para ele por um momento, sentindo o peso daquelas palavras. Não era comum Filipe falar assim, e aquilo mexeu com ela mais do que imaginava. Havia algo mais profundo ali, algo que ela começava a perceber que ambos estavam construindo, mesmo sem perceber.

— E por que acha que eu fiz isso? — Talita perguntou, curiosa.

— Porque você não fica impressionada com o que todo mundo vê — Filipe respondeu de imediato. — Você me desafia. E eu gosto disso.

Talita sorriu, sentindo um calor no peito, diferente do desejo físico. Era uma conexão mais emocional, algo que ela não estava esperando encontrar quando esbarrou nele no Maracanã. O clima entre eles era leve, mas havia uma sinceridade ali que tornava tudo mais intenso, mais verdadeiro.

Filipe levou a mão até o rosto de Talita, afastando uma mecha de cabelo que havia caído sobre seu rosto, seus dedos roçando a pele dela de leve.

— Eu tô gostando de descobrir quem você é, Talita. Mesmo que isso me tire da minha zona de conforto.

Ela sentiu o toque dele e, por um instante, fechou os olhos, aproveitando o momento. Quando voltou a abrir os olhos, seus rostos estavam mais próximos, e ela podia sentir a respiração dele contra seus lábios. Sem dizer mais nada, Talita se inclinou e o beijou, um beijo mais lento, cheio de uma ternura que contrastava com a intensidade da noite anterior.

Filipe a puxou um pouco mais para perto, e o beijo, embora suave, carregava aquela sensação de familiaridade, como se eles já soubessem que aquele momento era parte de algo maior. Não era apenas o calor do momento, mas a promessa silenciosa de que aquilo estava longe de ser passageiro.

Quando eles finalmente se afastaram, Filipe sorriu de novo, agora mais suave.

— Acho que isso é melhor do que qualquer café na cama.

Talita riu, se aninhando mais perto dele, aproveitando o momento, sem se preocupar com o que viria depois.

— Tenho que concordar com você.

𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑳𝒖𝒛 - 𝑭𝒊𝒍𝒊𝒑𝒆 𝑹𝒆𝒕Onde histórias criam vida. Descubra agora