3. Dois Mundos, Uma Realidade

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Nota da Autora:

Um pequeno esclarecimento:
Crianças de 3 anos são totalmente capazes de manter e sustentar uma conversa com um pequeno leque de palavras.
A autora de vocês trabalha diretamente com crianças dessa faixa etária, então estou ciente da possibilidade da personagem Elena manter uma conversa.
Estou dizendo isso para que não reste duvidas quanto a isso e vcs acharem que ela esta fazendo coisas fora da sua "caixa" de idade.
Beijinhos 😘

POV Ana Carla



Os dias seguiam na mesma rotina arrastada.

Acordava cedo, já cansada, mas sem tempo pra me lamentar.

Elena dormia profundamente, seu corpinho pequeno enrolado nos lençóis, e eu tentava não acordá-la enquanto preparava sua mamadeira.

Era a parte mais tranquila do meu dia, mesmo com toda a correria.

Arrumava ela com cuidado, rindo de seus movimentos inquietos. Ela sempre queria brincar, mesmo de manhã cedo.

— Mamãe, você volta logo, né? — ela perguntava toda vez que a deixava com a dona Vitória, nossa vizinha.

— Volto sim, meu amor. — Mas na minha cabeça, o que eu sabia é que as horas na lanchonete seriam longas, com um sorriso forçado no rosto e a mente viajando em outros lugares.

Naquele dia, o pensamento que me perseguia era o mesmo há dias: Robert Pattinson.

O Robert Pattinson.

Não era todo dia que você esbarrava numa estrela de cinema em um barzinho qualquer.

Quer dizer, quem imaginaria?

Mas o mais louco de tudo é que ele não parecia o "galã de Hollywood" que todos imaginam.

Ele parecia... cansado.

E não era só um cansaço físico, sabe?

Era como se ele estivesse carregando um peso enorme nas costas. Seus olhos cinzentos e as olheiras profundas me marcaram. Aquele breve momento, o jeito que nossos olhares se cruzaram, me deixou completamente fora de órbita.

Quando cheguei na lanchonete, tentando focar no trabalho, tudo voltou ao normal — ou ao menos ao normal que era lidar com o Igor.

Ele, com sua cara nojenta, sempre dando um jeito de me incomodar.

— Ana, você devia relaxar mais. Quem sabe a gente sai um dia desses? — ele sugeria, o mesmo papo de sempre, que já me dava ânsia.

— Tô bem assim, obrigada — eu respondia, sem nem tentar ser simpática.

E assim o dia ia, empurrado de qualquer jeito. Mas quando chegou a hora do pagamento, senti que a bomba ia estourar.

— Igor, tá faltando dinheiro aqui — falei, já irritada, embora soubesse que ele faria alguma piada.

Ele sorriu daquele jeito detestável, sem o menor pudor.

— Ah, sim. Isso é o desconto por você não querer sair comigo. Tem que pagar de algum jeito, né?

Eu travei.

Não sabia se ria de nervoso ou se explodia.

Como assim ele tinha a coragem de falar isso tão abertamente?

— Você não pode fazer isso. Isso é... errado. — Eu tentava manter a calma, mas minha voz tremia de indignação.

— Claro que posso. Reclama lá na gerência, vê se eles vão se importar — ele respondeu com aquele sorrisinho arrogante.

ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos SinosOnde histórias criam vida. Descubra agora