POV Robert Pattinson
— Eu vou colocar Elena na cama.— Ana disse saindo da sala de jantar.
Eu não consegui olhar para ela, estava muito nervoso, minhas mãos suavam desde que sai do escritório com Elena sentada em minhas pernas, rindo por estar pilotando minha cadeira de rodas.
— Boa noite, papai.— ela disse me dando um beijo.
Sorri para ela.
— Durma bem, meu anjo.
Ana também não me olhou ao passar atrás de mim.
Ficou claro para ela que eu tinha me lembrado de algo pela intensidade do olhar que lhe lancei. E, talvez, como eu ela não sabia como reagir a isso.
Mas eu ainda me sentia oco, eu precisava de mais.
Manobrei minha cadeira até a porta e me estiquei para pegar o interfone.
Vitor atendeu no primeiro toque.
— Pois, não, Sra. Pattinson?
Ouvir ele se referir a Ana daquela forma só me agitava por dentro.
— Sou eu, Vítor.— me identifiquei.— Você pode me ajudar a chegar no segundo andar?
— Certamente, senhor.
Em questão de minutos Vítor passava pela porta da cozinha. Ele trabalhava para mim a anos, quase 20 para ser exato, mas mesmo assim fiquei com vergonha quando ele, sem cerimônia nenhuma, me pegou no colo como uma donzela e subiu a escada.
— Só faltou o beijinho.— eu disse com os braços em volta do seu pescoço.
Ele riu, me colocando sentado na poltrona macia do corredor enquanto subia minha cadeira.
— Tenha uma boa noite, Sr. Pattinson.
Engoli em seco antes de seguir pelo corredor. Ao mesmo tempo que eu conhecia o que tinha atrás de cada uma daquelas portas eu parecia não saber.
Ouvi Ana falando alguma coisa para Elena no quarto dela onde antes era minha sala de jogos e manobrei a cadeira para a porta que eu lembrava ser meu quarto.
O quarto estava escuro, mas consegui me esticar para acender a luz, percebendo que a porta era um pouco estreita para minha cadeira.
Depois de alguns movimentos e ajustes, consegui passar.
A sensação de estar no meu quarto — nosso quarto — era ao mesmo tempo reconfortante e desconcertante.
Havia algo familiar ali, mas a desconexão com minhas próprias lembranças era um lembrete cruel de tudo o que eu havia perdido.
O cômodo tinha uma atmosfera tranquila, quase íntima.
O lado direito da cama estava claramente ocupado, com um travesseiro ligeiramente amassado e uma colcha dobrada com cuidado.
Meu olhar foi imediatamente para o travesseiro que parecia dela.
Algo instintivo me puxou.
Fui até lá, meus dedos trêmulos tocando o tecido macio antes de pegar o travesseiro.
Ao trazê-lo para perto, senti seu perfume.
Era doce, com um toque floral e quente, como uma mistura de flores e algo inconfundivelmente.
Assim que inspirei profundamente, algo se soltou em mim.
A memória veio como uma onda, esmagadora e irresistível.
Eu estava deitado na cama, as mãos explorando sua pele macia.
O som de sua risada baixa ecoava no quarto, misturado ao calor de seus lábios nos meus.
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ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos Sinos
FanfictionEm uma Los Angeles marcada por sonhos desfeitos e vidas entrelaçadas, Robert Pattinson, um ex-astro de cinema, se torna um recluso amargurado após anos de decepções amorosas e fracassos pessoais. Afastado de amigos e familiares, ele vive isolado, ab...