ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos Sinos

35. Criando Seus Próprios Monstros

POV Robert Pattinson

— Crueldade dar um biscoito ruim desse pra quem tá morrendo.

Eu ri do comentário de Bobby vendo ele empurrar mais um biscoito pra dentro da boca.

— O suco é gostoso.— respondi encostando minha cabeça na poltrona, meu amigo deu um gole no copo e fez uma careta, me arrancando uma gargalhada sincera.

— Pelo amor de Deus.— resmungou me devolvendo a bandeja.— Vocês não deviam ter sorvete e balas aqui disponíveis?

— É uma sala oncológica, Bobby, não um play ground.— respondi percebendo o olhar curioso da enfermeira que Ana não suportava.

Estava começando a achar que o problema dela era com minha esposa, pois quando era o dia de Bobby me acompanhar nas sessões ela sempre parecia mais receptiva.

— Queridinha... — Bobby chamou fazendo sinal com as mãos. A enfermeira olhou para ele com os olhos estreitos.— Não tem um coquinha gelada?

Ela nem se deu o trabalho de responder.

Meu amigo desistiu e se estarrou na poltrona enquanto eu fazia meu lanche.

— Você está abatido...— Ele observou Franzindo o cenho.— Tem transado?

Eu rolei os olhos.

— Obrigado pela sua preocupação com minha vida sexual mas está tudo bem, ok.— eu disse, era uma meia verdade...

Com o tratamento era meio natural que meu desempenho caísse um pouco, mas ainda nao tinha ouvido nenhuma reclamação...

Bobby sorriu.

— Fico feliz que você está vencendo as estatísticas.

— Eu o que?

— Todo mundo sabe que o normal pra quem se casa é transar o menos possível, irmão.

Eu ri de novo, dessa vez com menos humor.

— Vai perceber que as estatísticas não se aplicam a quem se casa com os dias contados.

Bobby ia retrucar mas a porta da sala foi aberta e Elena entrou correndo.

— Tio Bobby!— exclamou indo até ele com seus cachos balançando.

— Oi, princesa.— Bobby a abraçou, colocando minha menina de lado em suas pernas.

Ana entrou logo atrás, fechando a porta atrás dela, ela usava um vestidinho soltinho, com estampa de flores... seus olhos amorosos foram logo para mim.

— Oi, amor.— ela me deu um beijo rápido, pegando a bandeja e levando até a mesa da enfermeira.

Elena pulou das pernas de Bobby para a minha.

— Pensei que você não ia dar um beijo no seu pai.— resmunguei cheirando o pescocinho dela.

Ela riu, sentindo cócegas.

— Eu ia, papai....— Elena gargalhou quando cutuquei sua barriga.

— Hey!

Quatro pares de olhos se voltaram para a enfermeira mau humorada. A mulher tinha a bandeja nas mãos.

— Isso aqui é um hospital.— ela disse passando por nós.

Elena se encolheu em meu colo.

— Ela tá brava.— sussurrou para mim, eu fiz que sim, minha pequena saiu dos meus braços indo para o colo da mãe.

Ana sentou na poltrona ao minha frente e cruzou as pernas, me dando a visão privilegiada das suas coxas... mas nem foi isso que chamou minha atenção...