31. Prometa Para Mim

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Gente, tem recadinho no mural tá, passa lá pra responder a enquete!

POV Ana Carla

Aquela tarde começou como qualquer outra, com o som dos passos rápidos de Elena pelo corredor. Eu estava na cozinha, organizando algumas coisas, quando vi Robert sentado à mesa, aparentemente tentando se concentrar no jornal, mas claramente distraído. Desde que ele raspou a cabeça por conta do tratamento, havia um novo peso em seu olhar, principalmente quando pensava em como Elena reagiria.

A porta da sala se abriu com um rangido suave, seguida pelo som da mochila de Elena sendo jogada no chão. Quando olhei para ela, vi que estava parada no meio da sala, os olhos fixos em Robert. Ela inclinou a cabeça levemente para o lado, parecendo curiosa, mas sem sinais de medo ou estranhamento. Seu silêncio fez o ar na sala parecer mais denso, enquanto Robert olhava para ela, um pouco tenso.

Ela não disse nada. Apenas se abaixou para pegar algo dentro da mochila, e quando se levantou, eu vi que era um gorro roxo, com um pompom na ponta. Sem hesitar, Elena caminhou até Robert, puxando uma cadeira para perto dele e, com a delicadeza de uma criança que quer cuidar, colocou o gorro na cabeça dele.

— Agora sim, papai — disse ela, com um sorriso aberto. — Tá gatão.

Robert soltou uma risada leve, misturada com um suspiro de alívio, e pegou a mão dela, trazendo-a para mais perto. Eu vi algo mudar nele naquele momento; a simplicidade e a aceitação de Elena o aliviaram de uma maneira que eu não tinha conseguido até então.

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Alguns dias depois, os amigos de Robert vieram para uma visita. Eu estava na sala quando ouvi a voz grave de Bobby se aproximando, já rindo antes mesmo de entrar. Tom, Marcus e Bobby eram amigos de longa data de Robert, e vê-los chegar juntos sempre trazia um pouco de leveza para nossa casa.

Quando abri a porta, fiquei surpresa ao vê-los com as cabeças raspadas, igual a de Robert. Eles riram como se fosse algo corriqueiro, mas eu pude ver nos olhos de Robert o impacto que aquele gesto teve. Os amigos estavam ali, mostrando que ele não enfrentaria aquilo sozinho.

— Vocês são ridículos — Robert brincou, mas sua voz estava embargada, e eu sabia que ele estava emocionado.

— Alguém tinha que deixar esse cara mais bonito — Bobby respondeu, dando um tapinha nas costas de Robert.

Eles se sentaram no quintal, e eu trouxe amendoins e algumas cervejas — sem álcool para Robert, claro. A conversa fluía com facilidade, cheia de piadas e histórias antigas que arrancavam gargalhadas. Era como se, por algumas horas, o câncer e o tratamento não existissem. Era só Robert e seus amigos, vivendo o momento, como nos velhos tempos.

Ver Robert sorrindo daquele jeito, relaxado entre aqueles que ele tanto amava, me emocionou profundamente. Eles conversaram até tarde na edícula, e eu deixei que tivessem seu tempo juntos, sentindo que essa noite significava mais para ele do que qualquer outra até então.

Mais tarde, naquela noite, quando fomos para a cama, Robert me abraçou com mais força do que de costume. Ele estava mais tranquilo, mais em paz.

— Sabe... — ele começou, sua voz suave no escuro. — Eu não sei como agradecer por tudo o que você tem feito. Não só por mim, mas por todo mundo. Você sempre cuida de tudo, até das coisas que eu nem percebo.

Eu sorri, sentindo o calor de suas palavras. Inclinei-me e o beijei, de leve no início, mas logo o beijo se aprofundou, o desejo crescendo entre nós. Senti as mãos dele explorarem minhas costas, e me aproximei mais, buscando conforto e intimidade naquele momento de tranquilidade.

ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos SinosOnde histórias criam vida. Descubra agora