17. Mais Do Que Sou Capaz De Admitir

33 5 18
                                    

POV Robert Pattinson

Me olhei no espelho do quarto, ajeitando o terno azul em meus ombros, encarando meu reflexo.

Havia algo diferente em mim, algo que eu não via a tempo, algo que tentei evitar mas não consegui.

Respirei fundo pegando meus remédios na mesa de cabeceira e tomando com a água que sempre estava ali. Não costumava tomar eles a noite, mas não queria correr o risco de passar mal na frente de todo mundo, porque eu tinha certeza que todos meus amigos estariam lá.

Peguei a chave do Tesla no aparador e  sai para a parte detrás da casa no mesmo instante que Ana saia da edícula.

E, por Deus, eu fiquei paralisado vendo ela caminhar sobre os saltos que acompanharam o macacão que pedi para a estilista do ensaio da Dior separar para mim.

Ela estava... linda... Ainda mais linda...

O corte do macacão, marcando sua cintura, valorizando os seios com o decote V, o cabelo solto com os cachos definidos, a maquiagem valorizando seus lábios cheios...

Eu não soube o que fazer até que ela parou a minha frente.

Me olhando com aquelas duas orbes castanhas...

- Oi...- disse apertando a pequena bolsa na frente do corpo.

Puxei o ar com força.

- Uau... Você está linda.- precisei dizer.

Ana sorriu, um pouco envergonhada.

- Mérito seu.- ela disse se referindo ao presente.

Ergui uma sobrancelha, passando os olhos pelo o corpo dela, me permitindo ir mais longe do que imaginei ir, focando em suas curvas, nas pernas longas, no quadril largo, na cintura fina, nos seios voluptuosos...

- Não... Tenho certeza que quando me entregaram na caixa ele não era tão... perfeito.

Ana olhou para o chão, parecendo sem graça, mas logo ergueu os olhos para mim, um sorriso pequeno nos lábios macios.

- Você também não está nada mal.- disse se balançando nos próprios pés.

Meu interior se agitou com seu elogio.

Eu estava acostumado a ser elogiado, mas os elogios vinham sempre com algo por trás. Mas vindo de Ana era... genuíno.

Puro e sincero.

Respirei fundo, estendendo minha mão para ela.

- Vamos?- perguntei.

Ana me olhou, hesitante, parecendo traçar sua própria luta interna, mas então aceitou minha mão estendida.

Entrelaçei nossos dedos, sentindo o calor dela me acolher.

A quanto tempo eu não sentia aquilo?

Aquela sensação de pertencimento?

Quando foi que me permiti sentir aquilo?

Contive a vontade de colocar a mão em sua perna enquanto dirigia até a mansão  de Bobby em Beverlly Hills, o seu cheiro empregnou em cada centímetro do carro e o silêncio não era constrangedor entre nós.

Era... reconfortante.

Assim que virei a esquina da mansão de Bobby ouvi Ana arfar ao ver a quantidade de carros e a quantidade de fotógrafos.

Ela me olhou expressiva.

- Desculpa... Eu devia ter te avisado sobre isso.- falei para o carro em uma vaga.- Bobby é meio exagerado...

ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos SinosOnde histórias criam vida. Descubra agora