7. O que Diabos estou fazendo aqui?

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POV Robert Pattinson



Deitado na maca do hospital, o som constante do soro pingando na veia era o único ritmo que parecia me manter preso ao presente.

Eu sentia meu corpo ainda fraco, mas a dor na cabeça estava mais leve.

O ambiente ao meu redor era frio, impessoal, e a iluminação branca e intensa me deixava desconfortável.

Mas nada disso incomodava tanto quanto o fato de Michael estar andando de um lado para o outro, claramente fora de si.

Ele passava a mão pelo rosto, a outra mão na cintura, um gesto que eu conhecia bem — era o jeito dele de tentar manter o controle quando estava frustrado.

E ele estava muito frustrado.

— Eu não acredito nisso, Robert! — Ele disse, finalmente quebrando o silêncio. — Isso... isso aqui! — Apontou em minha direção, quase como se o hospital fosse minha culpa. — Você passou mal! De novo! E, cara, tem vários vídeos seus circulando por aí na mídia. Isso é sério, cara. E pra completar, você ainda vai contratar uma jovem, inexperiente, mãe solteira?

Ele soava quase incrédulo, a mistura de preocupação e exasperação claramente tomando conta dele. Eu suspirei, virando a cabeça lentamente para encarar a bolsa de soro, observando o líquido transparente escorrer lentamente para o meu braço.

— Eu não vejo problema nenhum nisso, Michael. — Respondi, minha voz soando mais calma do que eu me sentia. — Ela é competente, e as circunstâncias pessoais dela não deveriam ser um problema.

Michael parou de andar por um segundo, me olhando como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais absurda do mundo.

— Não vê problema? — Ele soltou uma risada incrédula. — Cara, olha pra você. Tá num hospital tomando soro porque não cuida nem da própria saúde. E agora você quer colocar mais responsabilidade nas suas costas contratando alguém que claramente vai precisar de apoio extra? Sem falar na imagem pública... isso pode afetar seus negócios!

Eu bufei, frustrado com o rumo da conversa.

— Negócios? Michael, eu não tô aqui pra manter uma fachada perfeita. Eu quero ajudar as pessoas que realmente precisam. E se isso significa dar uma oportunidade pra Ana, eu vou fazer isso.

— Robert, não se trata só de caridade. — Ele disse, o tom mais sério agora. — Isso é sobre você ser prático. Você não pode salvar todo mundo.

Olhei novamente para a bolsa de soro, sentindo a frustração borbulhar dentro de mim. Eu sabia que Michael estava preocupado, mas ele não entendia. Ana precisava dessa chance, e eu... eu sentia que precisava dar essa chance a ela.

— Eu não tô tentando salvar o mundo. — Respondi, mantendo o olhar fixo na bolsa. — Só estou fazendo o que eu acho certo.

Michael bufou, voltando a andar pelo quarto.

— Você não pensa nas consequências, Robert. Isso vai voltar pra te morder. Eu tô só tentando evitar que você se machuque... mais do que já está.

Finalmente, olhei para ele.

— E quem vai me proteger de mim mesmo, então? — Perguntei, minha voz mais firme do que antes. — Se eu não posso tomar as minhas próprias decisões, que diabos eu tô fazendo aqui?

Michael parou, nos encaramos por um momento. Ele parecia cansado, e talvez até um pouco derrotado.

— Você precisa começar a pensar em você. — Ele disse, mais suave dessa vez. — Antes de tentar consertar a vida de outra pessoa.

ROBERT PATTINSON | Sob o Tilintar Dos SinosOnde histórias criam vida. Descubra agora