Se eu pedisse, você me abraçaria?

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Natália

- Merda! Merda! Merda

Digo me enfiando em baixo do chuveiro, esfrego meu corpo até senti arder minha pele, tento me lembrar de como eu cheguei a essa situação.

Emilly estava no evento, fiquei até um pouco surpresa por ela estar lá, e mesmo que a gente tenha ficado na mesma mesa (cortesia do meu chefe novamente) eu mantive distância, Carol me mataria se soubesse que eu fiquei de papo com Emilly sem ela por perto e eu não arriscaria, não depois da última vez.

Eu jamais trairia a Carol, jamais, disso eu tenho certeza, mas a falta de memória me deixa com medo, medo de ter feito algo que como consequência fosse perder Carol.

Meu estômago embrulha só de pensar.

Fico um bom tempo ali, e praticamente uso todo o sabonete líquido para me lavar, não queria arriscar que Carol sentisse qualquer outro cheiro em mim.

Quando saio do banheiro vejo Carol em pé próximo a janela e sinto um alívio por ela não ter ido embora, quer dizer, talvez ela estivesse planejando me jogar da janela quem sabe? Mas pelo menos ela ainda estava aqui.

O jeito que ela falou comigo me deixou mais assustada do que daquela vez no meu estúdio, e também Carol nunca foi de xingar quando estava com raiva e ela fez isso duas vezes.

Ela estava muito puta.

E com razão, se eu estivesse no lugar dela, eu nem sei o que faria, mas eu não estava não é mesmo ?

Forço minha cabeça para lembrar de qualquer coisa que me faça sair dessa situação, mas nada me vem a mente.

Limpo minha garganta no intuito de chamar sua atenção, e ela nem sequer se vira pra me olhar

- Tem um suco pra você na mesinha e um remédio pra dor de cabeça, já ajeitei suas coisas e já fiz o check-out, seus prêmios estão dentro da mala e sua roupa está em cima do sofá do lado da cama.

- Carol eu..

- Em casa Natália, agradeço se você for rápida, esse quarto tá me sufocando .

Sinto meus olhos encherem de lágrimas ao ouvir sua voz triste.

- Ok

Me arrumo o mais rápido que consigo, tomo o suco e o remédio, pelo menos eu não ficaria morta com a ressaca, se bem que, a ressaca era a última coisa que me preocupava no momento.

Vejo que meu celular está em cima da cama, o pego e estranho quando não vejo nenhuma notificação, Carol teria pelo menos me avisado que estava vindo, coloco o celular na bolsa.

- Estou pronta

Digo assim que termino, e quando ela se vira vejo seus olhos avermelhados, dou alguns passos em sua direção e ela levanta a mão a colocando em frente ao seu corpo, como se fosse uma barreira paro no mesmo instante.

- Não.

- Carol

- Eu disse não Natália - engulo audivelmente - se você já terminou vamos embora.

- Ok.

Pego minha mala e minha bolsa e vou em direção a porta a abrindo, ela passa por mim sem me olhar puxando sua mala, respiro fundo algumas vezes antes de fechar a porta e ir atrás dela, no elevador parecia que eu ia sufocar, ela parecia tão perto mas estava tão distante meus dedos caçavam para tocá-la mas eu sabia que não era uma boa ideia então segurei com mais força minha bolsa.

Todos os caminhos me levam até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora