Eu a amo

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Há quem diga que dois meses e tempo suficiente para você se adaptar a um lugar ou a uma rotina, mas se perguntassem a Carol, doís meses era pouco tempo para qualquer coisa.

- Já acostumada com o frio Canadense? ... - Robert pergunta assim que se junta a ela no laboratório

- Se eu disser que não?

Ele ri a olhando..  - Sugiro então que você volte o mais rápido possível para o Brasil.

- Você tá querendo me mandar embora ?

- Longe de mim .. - ele levanta as mãos em sinal de rendição fazendo Carol achar graça.

Carol

Robert se tornou um bom amigo, ele é o marido, Bryan, que conheci no mês passado, se tornaram minha rede de apoio, eles dois me acolheram e eu comecei a me sentir menos só, mas ainda sentia falta de casa, das meninas, de Natália, esses dois meses aqui foram longos demais e eu ainda não tinha conseguido me adaptar, a única coisa que me deixava feliz era que a nossa pesquisa estava indo muito bem e logo começaria a fase de testes.

- Então, quando vou conhecer sua namorada ?

- O que ? ... - olho pra ele como se ele tivesse duas cabeças.

- Natália, não é esse o nome dela ? Aquela da foto que você vive suspirando, é falando de como ela é incrível... - sinto meu rosto ficar vermelho conforme ele vai falando - aliás, quando você vai ver ela ? Ela vem ? Ou você vai até lá?

Eu nunca disse que ela não era minha namorada, desde daquele primeiro dia em que ele presumiu que ela era.

- Uhum, eu acho que vou, quer dizer, em alguns meses tem o casamento da Lara, nossa amiga, então acho que não precisa ela gastar pra vim, já que eu vou ao Brasil daqui a quatro meses.

Mentirosa. Penso comigo mesmo.

- Posso te perguntar uma coisa ? - digo antes que ele possa falar mais alguma coisa.

- Claro Carol.

- Você contou sobre isso pra alguém?

- O que ? Sobre sua namorada ? Era um segredo ?

Coloco minhas mãos no rosto, agora entendo porque ninguém, absolutamente ninguém aqui se aproxima de mim, um vez fui tentar flerta com o professor de robótica e ele simplesmente me disse que não sai com pessoas comprometidas, por mais que eu fosse gostosa. Fiquei parada no meio da sala com a maior cara de idiota, sem lembrar da mentira que eu mesma tinha inventado.

- Não entendo Carol, sua namorada era um segredo ?

- Não, claro que não ... - mentirosa digo a mim mesma repetidas vezes.

- Ufa que bom, porque eu posso ter contado para algumas pessoas ... - ele me dá um sorriso amarelo e eu sinto vontade de me enterrar, Natália iria me matar, quer dizer acho que ela até ia gosta dessa situação, talvez pudéssemos rir juntas dessa história. - Então o que você vai fazer esse final de semana ?

- O de sempre, arrumar algumas coisas e no domingo falar com as meninas.

- Eu acho muito lindo essa amizade de vocês.

- E eu também.

Digo sorrindo, o que era verdade, minha ligação de domingo com as meninas era o que fazia minha semana valer a pena.

Mais um domingo passado sozinha, e até engraçado como isso me incomoda tanto hoje em dia, antes de reencontrar as meninas eu já estava acostumada a ser só, mas depois do nosso reencontro, ficar só nem era uma opção, eu estava sempre acompanhada.

Todos os caminhos me levam até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora