Eu te amo, simples assim

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Natália

Vejo Emilly passar por mim sem nem ao menos me reconhecer depois de passar algum tempo falando com Carol, olho pra Carol confusa e percebo que ela começa a andar em minha direção, mas me viro e vou atrás de Emilly.

- Ei, o que aconteceu?

Pergunto assim que chego perto dela, ela já estava em frente ao seu carro procurando algo na bolsa

- Eu preciso ir Natália

- O que aconteceu ? ... - pergunto novamente ao perceber lágrimas em seus olhos, acho que nunca a vi assim, já a vi com raiva, feliz mas nunca a vi assim.. - Emy

- Não me chama assim, você me chamando assim me da a falsa esperança que você possa me .... - ela para - eu preciso ir

- Eu levo você

- Não!

- Não vou deixar você sair assim, você bebeu e está nervosa e eu nem sei o que aconteceu e também eu estou com a sua chave  - tiro a chave do carro do bolso e mostro pra ela

- Me dê a chave Natália

- Não, Emilly - me aproximo dela - estavamos bem, até 10 minutos atrás, o que aconteceu ?

Pergunto novamente ficando ainda mais preocupada quando seus olhos verdes transbordam e acho que é a primeira vez que a vejo chorar.

- Sabe o que aconteceu Natália? Acontece que seus olhos ainda brilham Natália! - olho pra ela confusa e ela ri entre lágrimas  - seus olhos dizem tudo, absolutamente tudo o que você sente Natália, tudo o que sua boca não fala, seus olhos te entregam, e eles se mantiveram apagados por meses, meses, e eu tentei tanto fazê-los brilhar e nunca conseguir, mas foi só ela voltar que eles se acenderam igual uma porra de árvore de Natal

Fico em silêncio absorvendo suas palavras tentando entender o que ela tava dizendo

- E sabe o que e o pior ? ... - ela limpa algumas lágrimas - Ou melhor no seu caso, e que os olhos dela também brilham pra você.

- Emilly

- Eu quero a droga da chave Natália e não vou pedir novamente.

- Eu não posso deixar você sair assim.

- Porra Natália me deixa ir por favor... - ela se encosta no carro e respira fundo algumas vezes, acho que nunca a ouvir chamar palavrão e ela já chamou duas vezes.

- Eu nunca quis te machucar  - digo com sinceridade

- Eu sei, por minha conta Natália, eu assumir os riscos mesmo sabendo que eu era uma substituta temporária

- Não fala assim

-E eu tô mentindo?

- Eu gosto de você Emilly, gosto muito.

Digo ao invés de responder sua pergunta depois de um tempo em silêncio, escolhendo bem minhas palavras.

- Eu sei que sim, mas você nunca poderia me amar não é mesmo?

Fico calada, não sei o que responder sobre isso.

Vejo ela olhar por cima do meu ombro e baixar a cabeça limpando as lágrimas que ainda estava caindo, olho na direção em que ela olhou e vejo Carol parada nos olhando.

Ela estende a mão para mim em um pedido silencioso e eu entrego as chaves a ela, vejo ela entrar no carro em silêncio e dar partida, estremeço ao ver ela acelerar e rapidamente sumir do meu campo de visão.

Todos os caminhos me levam até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora