Amar também é confiar, mesmo que seja difícil às vezes.

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Natália acorda se sentindo meio fora de órbita, sua cabeça dói assim como seu coração, abrindo os olhos as últimas horas passam como um filme por sua cabeça e ela os fecha novamente, suas lembranças confusas a assombram, e o grande espaço em branco entre um momento e outro a deixam apavorada.

Ela se levanta da cama olhando em volta mas o quarto estava escuro, por um momento ela pensa que Carol tivesse ido embora, talvez tenha voltado pro Canadá.

- Para Natália, não segue por esse caminho.

Dizendo a si mesma repedita vezes enquanto caminha para o banheiro, a água que cai lavando seu corpo a faz se sentir melhor, apenas um pouco.

O banho e demorado, ela precisa desse tempo antes de enfrentar Carol, se é que tem uma Carol para ser enfrentada.

Balançando a cabeça na intenção de dissipar os pensamentos intrusivos ela veste sua roupa e escova os dentes, saindo do quarto ela se depara com Carol sentada no sofá com o computador no colo e fones no ouvido, seus dedos batendo rapidamente nas teclas enquanto digitava algo, seus óculos na ponta do nariz, seu cabelo em um coque bagunçado.
Vendo ela assim parecia tudo normal.

Normal. O que seria o normal delas agora ?

Natália sentia que essa era apenas a calmaria antes da tempestade.

E Deus

Ela queria muito estar errada.

Natália

- Meu Deus!!!! - saio dos meus pensamentos com seu grito e vejo ela levando a mão ao peito respirando profundamente - você me assustou, aparecendo aí do nada.

- Desculpe - olho pra ela esperando alguma instrução mas nada vem, respiro fundo e me aproximo do sofá, ela não se move - eu dormir o dia todo ?

- Sim, você teve uma crise e eu achei melhor deixar você descansar - fechando o computador e tirando os fones de ouvido a atenção dela está toda em mim - comprei comida, mas tem que esquentar, eu já comi então fique a vontade pra comer tudo se quiser, você deve tá com fome, vou tomar um banho.

Suas palavras saem de forma rápida, como se ela quisesse se livrar de mim, e talvez quisesse mesmo, vejo ela se levantar e deixar as coisas em cima da mesa... - Vamos fingir que nada aconteceu?

Pergunto sem conseguir me segurar e o olhar dela me diz que eu deveria ter ido comer sem dizer uma palavra.

- E quem disse que estou fingindo ?

- Você disse que íamos conversar.

- Não, eu disse que ia primeiro gritar com você e depois conversariamos.

- Então você pode gritar comigo pra gente conversar - não recuo, e nem entendo bem o porquê, parecia que eu estava em uma operação kamicaze.

- Você quer conversar Natália? Então vamos conversar - três passos e ela está bem na minha frente, seus braços cruzados, postura firme tão diferente da Carol que eu estava acostumada - O que aconteceu ontem a noite? Como aquela mulher foi parar na sua cama Natália?

Era melhor eu ter ido comer.

- Que foi? O gato comeu sua língua? Você quer conversar e agora resolveu ficar muda, impressionante - estremeço com o tom de voz nunca usado - esse é aquele momento Natália, aquele em que você dispara mil palavras por segundo pra me explicar o que diabos aconteceu naquele maldito evento!!

Posso sentir a raiva emanado dela e escolho minhas palavras com cuidado.

- Cheguei no evento cedo, Rafael já estava lá- começo do inicio, tentando de alguma forma criar uma linha do tempo pra mim e principalmente pra ela - ele me conduziu para a mesa, sentamos ele, eu, a mulher dele é Emilly.. Tudo fluiu bem, os devidos prêmios foram entregues e eu ganhei nas duas categorias que estava concorrendo, tiramos algumas fotos, eu sozinha claro, e então foi servido um jantar e depois teve open bar , você me mandou mensagem perguntando sobre a premiação e eu disse que você só saberia se viesse até mim, a gente conversou por um tempo, dei a você o número do quarto e o andar em que estava hospedada.. - paro pra ver se ela está acompanhando tudo oque estou dizendo.

Todos os caminhos me levam até vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora