Estava com as pernas tremulas, arrepiada em cada centímetro do meu corpo e completamente excitada. Alexandra havia me deixado sozinha logo após sua provocação e ainda sentia-me acesa. Bebi quase metade da jarra de água para tentar me acalmar, mas era em vão, o meu corpo todo berrava para eu ir até Alexandra e fazê-la resolver isso mas minha mente dizia não, não faça isso.
Ainda não.
Encontrava-me no meio da floresta, em frente a um rio com correntezas e completamente sozinha. Observei que estava vestida com a camisola de quando fui dormir e tinha no pulso uma pulseira vermelha cor de sangue. De repente, observei uma luz misteriosa pairar sobre a água e quando me aproximei da margem para ver melhor vi que o rio estava cheio de peixes cor de laranja nadando em direção contraria do fluxo da água. A luminescência que havia chamado minha atenção vinha do fundo do rio, era algo prateado que cintilava com os raios solares e por estar próximo aos meus pés consegui captura-lo sem me molhar.
A peça era o relicário que havia encontrado no primeiro dia, o mesmo ainda tinha uma foto minha com a frase em latim "Inveni te, eo concumbere tecum" gravado.
Ao norte, o som de relinchar foi ficando cada vez mais alto até que três cavalos selvagens emergiram das moitas. Seus olhos eram vermelhos e eles rinchavam feroz, praticamente estavam bufando e seguiram em minha direção. Assustada, corri para a água pensando ser minha única saída e quando meu corpo finalmente alcançou a correnteza mais agressiva deixei que a força da água me levasse para longe dos cavalos.
De repente, meu corpo foi puxado para baixo, para o fundo e inexplicavelmente eu não me afoguei, eu sabia respirar na água. Quando emergi de volta para cima eu já não estava mais no rio no meio da floresta, mas sim dentro da piscina da sala de estar da casa de Alexandra.
E falando nela, ali estava, parada, me olhando, com aquele olhar de sede.
Sentia-me com frio, meu corpo estava arrepiado e queria sair dali. Nadei até a margem da piscina até o encontro das escadas submersa e quando comecei a sair da água, Alexandra apanhou minha cintura, segurando-me através do pano molhado da camisola branca e guiou-me para fora. No piso da sua residência, Alexandra desceu suas mãos até a barra da camisola e fez menção que iria tira-la.
❝Não!❞ Postulei.
❝Está toda molhada, tire essa roupa encharcada e use roupas secas.❞ Explicou ela.
❝E oque te faz pensar que deixarei me ver nua?❞ Falei olhando-a próximo a mim.
❝Não que esteja totalmente coberta agora...❞ Ela disse e olhou pra mim. E era verdade, o pano branco por estar ensopado estava quase transparente. ❝...não seja má comigo aqui também.❞
❝Aqui também? Como assim?❞ Questionei.
❝Ah minha querida, você me subestima tanto...❞Acordei com o som do despertador do meu celular, apesar de quase não ter sinal e muito menos rede de internet algumas ferramentas funcionam bem, tal qual o despertador por exemplo.
Queria sentir-me brava e irritada por sonhar com Alexandra todas as noites mas a pura verdade é que eu morro de ansiedade para dormir e vê-la, senti-la e toca-la, eu tenho que admitir que é uma das coisas que mais anseio no meu dia. Mas algo estava me incomodando, os sonhos são ilusório e irreal em grande parte do tempo no entanto quando Alexandra aparece tudo fica tão intenso e veraz que quase acredito que ela está lá, de verdade, manipulando da forma dela.
Não, não, não... não é possível, estou me deixando levar em fantasias! Simplesmente não existe a possibilidade de uma pessoa invadir o sonho de outra, isso é loucura. Levantei da cama e encarei o espelho após jogar uma boa e gelada água no mesmo, não posso permitir que o delírio me possua.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Beijo da Noite | Lesbico +18
Vampireღ CATEGORIA: Dark romance, vampiresco, mistério/suspense e lesbico. ღ SINOPSE: Após a morte de seu tio, Ágata Gioacchino viaja para a pacata cidade de Cruz'malione, ela passará alguns dias na enorme casa de seu falecido tio junto com sua...