O Beijo da Noite | Lesbico +18

Regra 33 - Respeite a morte e cuide um dos outros

            Já havia visto cenas assim em filmes de suspenses ou séries criminalísticas mas nunca imaginei viver na pele, ainda mais aqui, ainda mais agora.

            Estava sentada no sofá da sala principal juntamente com um delegado local e uma policial segurando uma prancheta enquanto escrevia. O cômodo ao lado era a sala de jantar, dele vieram dois homens segurando uma maca com o corpo de Tina encima totalmente coberto por um pano longo e preto. Haviam pingos de sangue caindo no trajeto mas os homens que a carregavam não pareciam se importar. Do lado de fora haviam duas viaturas policiais além da van dos socorristas. Minha mãe e Laura fecharam os olhos quando a maca passou, Bento ficou chorando e meu pai olhou para baixo como forma de respeito.

            O delegado pediu para que todos esperassem do lado de fora, exceto a mim. Como era eu que estava com Tina na hora da sua morte, ele e a policial queriam conversar em particular. O delegado tinha um ar de ranzinza e impaciente, seus olhos fumigavam em agonia porém a policial ao seu lado era calma e pacifica, o completo contrario dele.

     ─────  Ágata Gioacchino, conte o que aconteceu, em detalhes por favor.  ──  A mulher pediu, sua voz era tranquila.

     ─────  Eu já disse! Acordei, tomei um banho e desci as escadas, daí eu senti o cheiro de café e fui para a cozinha quando me encontrei com a Tina de costas, percebi que ela estava chorando e perguntei o que aconteceu e ela me disse que não havia acontecido nada, eu insiste mas ela não quis me revelar então ela virou para mim e eu assustei com o estado dela.  ──  Repeti o mesmo que havia contado para os outros policiais. Apesar de errado não comentei sobre Elizabeth.  ── , os olhos dela haviam mudado, a cor dela estava muito mais branca que o normal e a boca estava sangrando muito! Depois disso ela deu um passo pra frente, caiu no chão e não acordou mais.

     ─────  Você tem o costume de encontrar ela na cozinha todas as manhãs?  ──  Perguntou o delegado.

     ─────  Não, mas-  ──  Tentei dizer mas fui interrompida por ele.

     ─────  Você já havia acordado mais cedo que o resto das outras pessoas e foi se encontrar com ela?

     ─────  Não, nunca! Mas eu-  ── Queria explicar mas mais uma vez ele me cortou.

     ─────  Então explique, Ágata Gioacchino, por que hoje e apenas hoje você levantou mais cedo que o resto das outras pessoas, foi para a cozinha pela primeira vez e presenciou essa morte "misteriosa"? Saberia explicar o que ocasionou a morte de Tina Blaha Kyle?

     ─────  Eu, eu não sei! Não faço a menor ideia do que aconteceu! Eu já contei o que eu vi!  ──  Tentei não me exaltar mas era um pouco complicado, aquele homem queria insinuar algo mas sou inocente.

     ─────  Bom dia, delegado.  ──  Alexandra surgiu, era quase como um anjo para me salvar daquela situação.

     ─────  Sra. Costin? O que faz na residência dos Gioacchino?  ──  Questionou o delegado ao se levantar.

           Alexandra desceu as escadas vestida com um belíssimo terno, sua feição era calma e tranquila.

     ─────  Precisei pernoitar essa noite, estou ajudando a família com os carros esmagados por ação dos castores, o senhor já está sabendo?

     ─────  Sim, sim, estou sabendo.  ──  Apesar da confirmação do homem, parecia mentira. Acho que ele não sabia não.  ── , bem, já temos todas as informações coletadas, vamos esperar a pericia emitir o laudo e voltaremos com as atualizações.