O Beijo da Noite | Lesbico +18

Regra 29 - Frutos podres caem, máscaras também

            Fui para meus aposentos na intenção de tomar um banho e trocar de roupa. Alexandra é claro que contestou e quis que eu ficasse por lá, mas fui firme na minha decisão. Os sonhos, psicocinese, transa que seja, qualquer um dos papos tortos dali deveria esperar pois a programação de hoje estava findada, queira ela ou não.

            Hoje é a missa do sétimo dia do tio Romeo.

            Depois de banhada e pronta, encontrei-me com o resto da casa na sala de jantar aonde todos já estavam presentes, até mesmo Alexandra. Além das pessoas que dormem na casa, também estava o jovem Cezar, juntamente com Mihaela que ao me ver entrar olhou para mim e depois olhou para Alexandra como se quisesse detectar algum grau de afetividade entre nós duas porém tanto eu como Costin não nos olhamos, por isso, ela deve ter ficado apenas na dúvida.

            Durante a refeição, apenas assuntos corriqueiros fez presente na mesa, como: a ida para a missa, o clima, o retorno da Tina para a casa de Bento além de uma breve especulação sobre uma previsão de tempestade para o final de semana. Ninguém ali sequer fez menção de citar sobre o surto do meu primo que ocorreu ontem ou do porquê que Lucille não estava presente.

            Bento estava estranhamente bem, parecia estar em um estado anestésico. Ele possui profundas olheiras, além dos olhos inchados resultado de tanto choro mas apesar disso tudo estava bem, ao menos era o que aparentava. Ao meu julgamento, ele parece não se lembrar de nada do que ocorreu ontem e torço para que sim, ninguém merece viver com uma lembrança daquela.

            Reparei que Alexandra, Mihaela e Cezar não comeram absolutamente nada como de costume, eles apenas bebericavam um liquido escuro na xicara. Quando o resto de nós terminamos de comer, o assunto predominante era a divisão sobre o uso dos carros. Meu pai, Balmer e Costin decidiram a segmentação: Charon irá dirigir um dos carros da anfitriã com Mihaela, Bento e Cezar enquanto Alexandra irá dirigir seu carro com Laura, meus pais e eu.

     ─────  Vou pegar minhas coisas.  ──  Avisou Laura ao se levantar da cadeira.

     ─────  Que coisas?  ──  Mihaela questionou, sem olha-la, apenas bebendo da sua xicara.

     ─────  Nossas roupas, é claro.  ──  Minha irmã respondeu.  ── , com a casa de Bento desinfetada, nós iremos voltar para lá.

            Olhei brevemente para Alexandra que me devolveu o mesmo olhar: preocupação.

     ─────  Sim, obviamente.  ──  Disse Bento enquanto limpava o canto das bocas com um guardanapo.  ── , Alexandra Costin falo em nome de todos que somos extremamente gratos ao seu ato de solidariedade, a ajuda que prestou para nós em um momento tão delicado foi gratificante e caso precisar da nossa ajuda para qualquer coisa não excite em pedir, estamos te devendo.

     ─────  O que fiz não foi nada, é muito bom tê-los aqui.  ──  Alexandra respondeu com um olhar intenso.  ── , mas talvez fosse melhor ficarem mais alguns dias.

     ─────  Que besteira! Já abusamos demais da sua hospitalidade.  ──  Meu pai respondeu  ── , estamos prontos para voltar para casa de Bento, além do mais precisamos organizar o resto das nossas coisas já que vamos pegar a estrada amanhã.

            Alexandra olhou para meu pai com atenção, depois sua visão veio até mim antes de por fim fitar o horizonte, ela estava pensativa.

     ─────  Desculpe, Sr. Gioacchino mas com a previsão de tempestade para o final de semana não acha imprudente fazer uma viagem de carro tão longa?  ──  Cezar interviu.  ── , não deveriam colocar a segurança de vocês na mão do acaso, fiquem mais uns dias e depois da tempestade decidem o que fazer.