Regra 11 - Ratos de esgoto transmite doenças, fuja deles

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     ───── Farei o impossível para que não descubra. ── Ela disse e o tom dela não era de provocação, e sim aversão.

     ─────  Acho melhor eu ir atrás de Laura, ela sumiu já faz um tempo.

     ─────  Ela está com Cezar, nas escadas, estão bem.  ──  Alexandra deu mais um gole da bebida, dessa vez esvaziando seu copo.  ── , quer saber de algo?

     ─────  O que é?  ──  Questionei.

     ─────  Vim o caminho todo pensando em você naquela camisola.

            Bufei e virei o rosto, tentei fingir um movimento de reprovação no entanto só queria esconder minhas bochechas vermelhas. Antes de o assunto se aprofundar mais, um homem de trajes sociais aproximou-se com uma garrafa na mão e serviu mais vinho na taça de Alexandra. O complicado é que não há nenhum funcionário aqui, ninguém recebeu nenhum tipo de serviço e ela nem precisou pedir, o desconhecido simplesmente abasteceu o cristal na sua mão. Olhei para a cena incrédula e quando ele saiu, meus olhos voltaram a ela.

     ─────  Deve estar acostumada de ter tudo o que quer.  ──  Falei, com as sobrancelhas semicerradas.

     ─────  Quase tudo, geralmente não é tão difícil pra mim mas eu até curto o desafio.  ──  Os olhos de Alexandra são intensos demais, quentes demais. Preciso ter o triplo de atenção quando ela está tão próximo assim.  ── , mas é claro que se desse uma facilitada eu agradeceria.

     ─────  Fala sobre mim? A gente já não conversou sobre você não ter chance?  ──  Disse em tom sério mas é claro que por dentro estava queimando.

     ─────  Adoro quando você me subestima.  ──  Ela disse e sorriu, um sorriso malicioso.

            Por sorte, um trio de pessoas vieram ao encontro da Costin e a puxaram para uma conversa sobre politica. Aproveitei o momento para sair dali antes que eu não pudesse mais sustentar toda essa minha coragem e fui ao encontro de meus pais, seria muito bom se eles quisessem ir embora.

            Antes que eu pudesse chegar na varanda da folia, ouvi a voz de Laura e Cezar soar de uma das portas de saídas e sem querer acabei escutando um trecho muito incomum.

     ❝Temo te fazer mal igual minha mãe fez a Adela❞  ──  Disse Cezar.
     ❝Fala sobre términos? Ninguém mais morre por isso❞  ──  Minha irmã respondeu.
     ❝Você não entenderia❞  ──  O rapaz falou.

            Apesar de estar louca para escutar o resto dessa história, precisava respeitar a intimidade dos dois e os deixei naquele assunto profundo. Voltando ao meu trajeto, andei até me encontrar com meus pais que mal conseguiam parar em pé. Felizmente eles estavam na parte do buffet, beliscando alguns frios junto com Bento, seria ruim tentar convence-los de ir para casa do meio da muvuca.

     ─────  Acho que já esta bom por hoje, podemos ir embora?  ──  Disse a eles.

     ─────  Melhor-melhor, vamos ficar.  ──  Bento nem sequer conseguiu abrir os olhos direito, eu nunca o vi tão bêbado assim.

     ─────  Vocês nem conseguem ficar em pé! Vamos, eu dirijo no caminho de volta.

     ─────  Mas eu ainda nem vi o Amistley.  ──  Papai reclamou.

     ─────  Amistley não vai vir hoje, ele está machucado.  ──  Retruquei.

     ─────  Amistley está morto.  ──  Mihaela surgiu do nada e parou ao meu lado.  ── , infelizmente ele sofreu uma parada cardíaca e faleceu.

O Beijo da Noite | Lesbico +18Onde histórias criam vida. Descubra agora