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𝐌𝐀𝐘𝐀 𝐑𝐄𝐈𝐋𝐋𝐘
DIA SEGUINTE

Acordei com a luz do sol filtrando pelas cortinas da minha cobertura em São Paulo. A brisa suave entrava pela janela, mas minha cabeça pesava como se tivesse passado a noite em um barco balançando nas ondas. A ressaca era cruel, mas era um preço pequeno a pagar pela diversão que tive na noite anterior. Eu poderia ficar tranquila até a uma da tarde, onde entraria no meu papel de funcionária do Brás, até lá, devido aproveitar e pensar um pouco.

Lembrei-me de Richard e da satisfação que senti ao ganhar aquela aposta. O sorriso dele, misturado com frustração e surpresa, foi um dos melhores momentos da noite. Levantei-me da cama, tentando ignorar a dor na cabeça, e fui até a cozinha. Uma xícara de café era exatamente o que eu precisava.

Enquanto a máquina de café chiava, olhei pela janela, admirando a vista da cidade. São Paulo era vibrante, um emaranhado de luzes e sons. Eu sempre amei essa cidade, mas hoje, ela parecia ainda mais linda. O dia estava apenas começando, e eu tinha planos.

Depois de tomar meu café e me reidratar, comecei a pensar sobre o que queria fazer. Richard tinha me prometido que me levaria à festa na sexta-feira, e eu mal podia esperar para ver a reação dele ao me apresentar como sua “especial” convidada. O pensamento me fez sorrir. Ele poderia não estar feliz agora, mas eu adorava a ideia de desafiá-lo.

Decidi me preparar. Um bom banho e um pouco de maquiagem eram essenciais para começar o dia com o pé direito. Enquanto me arrumava, olhei para o espelho e sorri para minha reflexão. Eu era uma mulher confiante, manipuladora e sabia exatamente como jogar o jogo. Richard era apenas mais uma peça no meu tabuleiro.

Após me vestir, escolhi uma roupa que destacava minha figura, uma combinação de elegância e ousadia. Era hora de sair e aproveitar o dia. Eu queria fazer algo divertido, algo que me lembrasse que eu estava no controle da minha vida. Talvez uma visita ao shopping ou um brunch com algumas amigas. A ideia de comprar algo novo sempre me animava.

Enquanto caminhava pela cidade, sentia a energia pulsante ao meu redor. As pessoas passavam, cada uma com sua própria história, mas eu estava focada na minha. O jogo com Richard não era apenas sobre vingança, mas sobre reafirmar meu poder e minha independência. Ele tinha jogado com meus sentimentos no passado, mas agora era a minha vez de ter o controle.

Entrei em uma boutique chique e comecei a explorar as peças. A sensação de escolher algo que me fizesse brilhar era inigualável. Enquanto experimentava algumas roupas, não pude evitar de pensar em Richard novamente. Ele poderia se achar o melhor, mas eu estava prestes a provar que eu era a verdadeira jogadora.

Após algumas compras, fui a um café próximo para relaxar e pensar sobre a festa. O que eu faria para deixar Richard ainda mais irritado? A ideia de provocá-lo me divertia. Eu queria que ele sentisse a pressão, a necessidade de estar à altura das minhas expectativas.

Concluí que seria perfeito usá-lo como um acessório. Eu o faria se sentir um pouco inseguro, deixá-lo ciente de que, apesar de ele ser quem era, eu tinha o controle. O sorriso em meu rosto se ampliou enquanto planejava os próximos passos.

O dia estava apenas começando, e eu estava pronta para aproveitar cada momento. Richard poderia ter me subestimado, mas ele logo perceberia que eu era uma força a ser reconhecida. A vingança era doce, e eu estava ansiosa para saborear cada parte dela.

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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈́𝐎𝐒

Acordei com a luz do sol filtrando pelas cortinas do meu apartamento. O cheiro de álcool ainda pairava no ar, e a cabeça latejava como se tivesse participado de um jogo de futebol sem parar. A noite anterior me deixou com uma mistura de lembranças — algumas boas, outras nem tanto.

Quando olhei para o lado, vi Nicole ainda dormindo ao meu lado. Ela era uma das minhas ficantes, e a presença dela era confortável, mas também um lembrete de como eu estava evitando complicações emocionais. Nicole sempre foi divertida, mas eu sabia que não era nada sério. O último que eu queria era me envolver em um relacionamento.

Levantei-me devagar, tentando não fazer barulho, e fui até a cozinha. A ressaca me fazia sentir como se tivesse levado um soco no estômago. Preparei um café forte, esperando que a cafeína me desse um empurrãozinho. Enquanto a máquina trabalhava, a lembrança de Maya me atingiu como um soco.

Aquela maldita aposta. Eu ainda não conseguia acreditar que ela tinha conseguido me vencer. O olhar de triunfo em seu rosto quando anunciou que me faria obedecê-la foi um golpe no meu orgulho. Eu não gostava de perder, e muito menos para ela. Maya sempre foi uma mulher desafiadora, e agora parecia que ela estava mais confiante e manipuladora do que nunca.

O café ficou pronto, e eu me servi de uma xícara generosa. Enquanto tomava o primeiro gole, passei a mão pelo cabelo, tentando organizar meus pensamentos. O que eu faria com essa situação? A ideia de ir à festa com Maya me deixava inquieto. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que ela não se contentaria em ser apenas uma acompanhante.

Nicole se mexeu na cama, e eu a observei por um momento. Ela era bonita e divertida, mas não era a pessoa que eu queria ao meu lado naquela confusão. Na verdade, eu estava apenas me distraindo com ela.

— Ei, você está acordado?” – Nicole perguntou, com uma voz sonolenta. — Tem café?

— Sim, está na cozinha. – respondi, tentando manter a conversa leve.

Não queria que ela percebesse que eu estava distante, pensando em Maya e na situação que havia se desenrolado.

— Vamos sair hoje? – ela sugeriu, se espreguiçando. — Podemos ir a algum lugar legal.

— Talvez mais tarde. – respondi, mas minha mente estava longe.

Eu precisava lidar com a situação de Maya. Ela tinha me desafiado e, de alguma forma, eu sabia que não podia deixar isso barato.  Depois de tomar meu café e me reanimar, decidi que precisava de um plano. Se ela achava que poderia me manipular, estava muito enganada. Eu era Richard, e não deixaria que ninguém jogasse comigo dessa maneira.

— Vou dar uma volta – avisei Nicole, pegando as chaves. — Depois a gente se fala.

— Tudo bem, só não demore. – ela respondeu, mas eu já estava saindo pela porta.

Eu estava determinado a enfrentar o que quer que fosse que Maya estava planejando. O dia estava apenas começando, e eu estava decidido a não deixar que ela tivesse a última palavra.

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora