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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈́𝐎𝐒

17hr00

O relógio na parede do café parecia estar se movendo em câmera lenta enquanto eu esperava por Maya. O aroma do café fresco pairava no ar, mas eu mal conseguia aproveitar. A ansiedade me consumia. O que eu estava fazendo aqui? Em um momento, eu era o cara que controlava tudo, e no outro, estava prestes a ter uma conversa que poderia desmoronar as paredes que construí ao meu redor.

Olhei para a porta a cada vez que alguém entrava, meu coração batendo mais rápido. Eu precisava me preparar para o que estava prestes a acontecer. A ideia de encarar Maya, de olhar nos olhos dela e discutir tudo o que tinha acontecido, me deixava inquieto. E, para ser honesto, eu não sabia se estava mais curioso ou apavorado.

Finalmente, a porta se abriu e ela entrou. Maya estava deslumbrante, como sempre. Maya entrou no café, e imediatamente todos os olhares se voltaram para ela. Ela estava vestindo uma blusa de malha leve, de manga longa e decote em V, que caía suavemente sobre seus ombros, destacando seu pescoço elegante. A peça era de um tom azul profundo que contrastava perfeitamente com sua pele, dando um toque de frescor ao seu visual.

A parte inferior era uma calça jeans de cintura alta, com um corte slim que acentuava suas curvas de maneira sutil e moderna. O jeans era de um tom médio, com um leve desbotado que trazia um ar casual, mas ainda assim sofisticado. As costuras eram bem definidas, e pequenos detalhes como os rasgos estratégicos nos joelhos davam um toque despojado e contemporâneo.

Ela finalizou o visual com acessórios discretos: brincos de argola pequenos e uma pulseira fina que cintilava suavemente. O cabelo, solto em ondas naturais, emoldurava seu rosto de maneira perfeita, enquanto um leve toque de maquiagem realçava seus olhos, fazendo com que ficassem ainda mais expressivos. Ela se aproximou da mesa, e eu me levantei, tentando esconder o quanto sua presença me afetava.

— Oi – eu disse, tentando soar casual, mas a tensão estava palpável.

— Oi, Richard. Obrigada por vir – ela respondeu, sentando-se à minha frente. O olhar dela era intenso, como se estivesse avaliando cada movimento meu. — Como você está se sentindo?

— Bem, você sabe… pensando sobre tudo o que conversamos na noite passada – eu disse, tentando manter a compostura. — Não é fácil, para ser honesto.

— Entendo. Às vezes, enfrentar a verdade é desconfortável – ela disse, inclinando-se levemente para a frente, o olhar fixo em mim. — Mas é necessário, não é? Você não pode continuar se escondendo atrás dessas paredes.

A frase dela me atingiu como um soco. Eu era o mestre em manipular os sentimentos de outras pessoas, mas agora estava sendo confrontado com a minha própria vulnerabilidade. Ela estava certa, e isso me deixava ainda mais inquieto.

— Você realmente acha que estou escondendo algo? – perguntei, tentando manter a defesa.

— É claro que sim. Você sempre teve controle sobre tudo, Richard. Mas agora, parece que está lutando contra algo. E isso é… interessante. – ela disse, a provocação evidente em sua voz.

— Interesante? Isso é um eufemismo – eu ri, mas a tensão estava lá. — Eu não estou acostumado a me sentir assim. Sempre estive no controle, e agora… bem, você me desestabilizou.

— Desestabilizado? Ou talvez eu esteja apenas mostrando a você o que você realmente é? – Maya sorriu, e o calor subiu pela minha nuca. Ela estava fazendo perguntas que eu não queria responder. — Você não acha que é hora de encarar isso?

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora