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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈́𝐎𝐒
NO JOGO..

As horas que antecederam o jogo foram uma mistura de ansiedade e expectativa. Eu havia enviado uma mensagem para Maya mais cedo, perguntando se ela viria. A resposta dela foi rápida e cheia de empolgação: “Claro! Estarei lá para torcer por você!” Aquela simples mensagem me deixou animado.

A ideia de vê-la entre os torcedores me fazia sentir que a noite seria ainda mais especial.

No entanto, à medida que o tempo passava, a ansiedade começou a se transformar em uma inquietação estranha. O vestiário estava cheio de risadas e brincadeiras entre os meus companheiros de equipe, mas eu mal conseguia me concentrar. Sentado em meu banco, eu olhava para o meu celular, esperando uma nova mensagem de Maya que não chegava.

— Ei, Richard, você tá bem? Parece que tá pensando em outra coisa – Aníbal comentou, me dando um tapa amistoso nas costas. — Hoje é dia de jogo, se liga!

— Só um pouco distraído, cara – eu respondi, tentando disfarçar. A verdade era que minha mente estava presa em como a presença dela poderia mudar a dinâmica do jogo. — Só esperando uma amiga.

— Amiga? Ou é algo mais? – Murilo brincou, levantando uma sobrancelha.

O riso ecoou pelo vestiário, e eu forcei um sorriso, mas a preocupação começou a crescer dentro de mim.

Finalmente, o apito soou, e era hora de nos prepararmos. As instruções do treinador eram uma mistura de motivação e estratégia, mas eu mal ouvia. O pensamento de Maya não saía da minha cabeça. O que se passava na mente dela? E se ela realmente não viesse?

Com a adrenalina subindo, eu tentei me concentrar. Coloquei a camiseta, calcei as chuteiras e me preparei para o que estava por vir. O vestiário se encheu de gritos de incentivo e energia, mas minha mente estava longe, ainda esperando por um vislumbre de Maya nas arquibancadas.

Quando finalmente saímos do vestiário e entramos no campo, a atmosfera era eletrizante. A multidão estava animada, e eu podia ouvir os gritos e aplausos dos torcedores. Ao meu lado, uma criança que estava acompanhando a equipe, segurando minha mão com entusiasmo. Olhei para ela e sorri, tentando me deixar levar pela energia do momento.

Mas, enquanto caminhava em direção ao campo, meus olhos começaram a procurar por Maya nas arquibancadas. O coração batia mais rápido a cada olhar, mas não a via. A multidão estava cheia, mas ela não estava lá. Um frio na barriga começou a surgir, e a ansiedade que eu havia tentado esconder começou a se manifestar.

— Richard, vamos lá, cara! – alguém gritou, e eu me voltei para o campo, tentando me concentrar novamente.

Mas o vazio da ausência de Maya era cada vez mais opressivo. O que aconteceu? Ela me prometeu que viria. Uma onda de insegurança me atingiu, e eu não conseguia afastar os pensamentos.

O primeiro apito soou, e o jogo começou. A cada jogada, a cada passe, eu tentava me concentrar, mas a falta de Maya se tornava mais evidente. O time estava jogando bem, mas eu não conseguia deixar de me sentir desconectado. O que deveria ser um momento de pura adrenalina e alegria estava sendo ofuscado por sua ausência.

Durante o primeiro tempo, eu me esforçava para jogar, mas minha mente estava dividida. A cada vez que eu olhava para a torcida, esperava ver seu rosto entre os torcedores. Esperava ver aquele sorriso que me deixava tão animado. Mas, em vez disso, só via rostos desconhecidos.

O intervalo chegou, e eu me sentei no banco, tentando processar o que estava acontecendo.

— E aí, Richard, você tá sumido hoje – Murilo comentou, percebendo minha expressão. — Você não parece o mesmo.

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora