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𝐌𝐀𝐘𝐀 𝐑𝐄𝐈𝐋𝐋𝐘

A atmosfera do café estava carregada de tensão, e eu adorava isso. Richard estava aqui, sentado à minha frente, e havia algo diferente nele hoje. A insegurança que sempre escondia sob uma camada de confiança estava começando a se revelar. E eu estava determinada a explorar isso. Ele era um mestre em brincar com os sentimentos das mulheres, e agora era a vez dele sentir o peso da própria manipulação.

— Você realmente está disposto a correr esse risco, Richard? – eu perguntei, com um sorriso enigmático nos lábios. A maneira como ele me olhava, uma mistura de dúvida e fascínio, me dava uma sensação de poder. — Você sabe que, ao se abrir, está se expondo a um lado de você que talvez não conheça.

— E se eu quiser descobrir esse lado? – ele respondeu, tentando esconder a vulnerabilidade em sua voz. Era adorável ver como ele tentava manter a fachada. — O que você faria?

— Eu faria você sentir cada emoção, cada dúvida, cada medo que você normalmente ignora – eu disse, inclinando-me para mais perto, a voz suave e sedutora. — E, ao mesmo tempo, mostraria que há beleza na vulnerabilidade. Você não precisa ter medo de se perder.

O olhar de Richard me dizia que ele estava lutando contra si mesmo. Ele sempre foi tão egocêntrico, tão acostumado a ter o controle. Mas eu estava aqui para desmantelar isso, peça por peça. A ideia de que ele poderia estar se apegando a mim despertava algo em mim, uma mistura de vingança e satisfação.

— Você acha que pode me mostrar isso? – ele perguntou, a dúvida ainda presente, mas um brilho de curiosidade estava começando a surgir.

Era isso que eu queria: que ele se sentisse atraído e inseguro ao mesmo tempo.

— Com certeza. Mas você precisa prometer que não vai se retirar no meio do caminho – eu disse, mantendo o olhar fixo no dele. — Eu não sou como as outras. Não vou deixá-lo sair sem que você sinta o que precisa sentir.

— E o que você espera ganhar com isso? – ele desafiou, mas a determinação na sua voz estava começando a vacilar. — Não é um pouco manipulativo?

— Talvez. Mas você não pode negar que é divertido. Você, que sempre teve o poder, agora está aqui, questionando suas próprias escolhas – eu disse, com um sorriso que misturava ironia e sedução. — E, se formos honestos, você gosta disso. A adrenalina de não saber o que vem a seguir.

Ele hesitou, e isso me deu a oportunidade perfeita para explorar ainda mais.

— Pense em quantas vezes você fez promessas vazias a outras mulheres, Richard. Quantas delas se sentiram assim, entregues e vulneráveis, enquanto você simplesmente as descartava? – A provocação estava lá, e eu sabia que estava atingindo o ponto certo. — Agora, você é quem está se sentindo assim. E isso é delicioso, não é?”

Delicioso? – ele repetiu, a incredulidade em sua voz.

Mas havia uma centelha de algo mais — um desejo de descobrir o que eu realmente queria.

— Sim, delicioso. A ideia de que você, o grande Richard, pode ser manipulado. Que suas emoções estão fora do seu controle – eu disse, a cada palavra, fazendo com que ele se sentisse mais exposto. — Isso é o que eu quero, Richard. Quero que você sinta o peso das suas ações.

Ele se recuou um pouco, mas a curiosidade ainda brilhava em seus olhos.

— E se eu decidir que não quero sentir isso? E se eu quiser continuar jogando o meu jogo?

— Você pode tentar, mas a verdade é que você não consegue escapar de si mesmo – eu disse, o tom de voz suave, quase como um sussurro. — E, acredite, eu estou aqui para garantir que você não escape. Você vai descobrir que, às vezes, é preciso se perder para se encontrar.

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora