022 - Solidão.

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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈́𝐎𝐒

Acordei com a luz do sol filtrando-se pelas cortinas do meu apartamento, trazendo um novo dia, mas também uma sensação de vazio. O espaço ao meu lado na cama estava frio e deserto. Maya não estava lá. O que deveria ter sido uma manhã de satisfação e alegria se transformou em um turbilhão de emoções confusas.

Sentei-me na beira da cama, tentando lembrar como tudo isso começou. A conexão que tivemos na noite anterior havia sido intensa; as risadas, as confissões profundas, o beijo que parecia ter acendido algo dentro de mim. Mas agora, o silêncio me envolvia como um cobertor pesado. O que eu realmente sentia? O que havia acontecido entre nós?

Confusão tomou conta de mim. Eu havia me aberto de uma forma que nunca tinha feito antes, e agora, sem Maya, tudo parecia incerto. A maneira como ela me olhava, como se estivesse desvendando cada camada da minha alma, me deixava em um estado de vulnerabilidade que eu não estava acostumado a enfrentar. E agora, sem ela, tudo o que eu sentia era um eco de suas palavras.

Um vazio começou a se instalar em meu peito. A cama, que na noite anterior parecia um espaço seguro e acolhedor, agora era apenas um lembrete da ausência dela. A conexão que sentimos parecia tão real, mas a solidão que me cercava agora fazia tudo parecer uma miragem. Eu me sentia como um náufrago em uma ilha deserta, clamando por alguém que não estava lá.

A ansiedade começou a subir, um frio na barriga que se espalhava por todo o meu corpo. O que isso significava? Havia algo mais entre nós, mas o que? Minha mente começou a girar em círculos, pensando em cada palavra que trocamos, cada olhar que compartilhamos. E, de repente, uma imagem dela cruzou minha mente - seu sorriso, seu toque. A vontade de vê-la novamente se tornou quase insuportável.

Mas havia um medo que me acompanhava. E se eu a procurasse e ela não quisesse mais falar comigo? E se tudo o que ela havia dito fosse apenas uma manipulação? A ideia de ser rejeitado me deixava paralisado. Eu nunca havia sido o tipo de homem a se abrir para alguém; sempre mantive as pessoas à distância, mas com Maya era diferente. Agora, eu estava preso em um ciclo de dependência emocional.

Me levantei, ainda atordoado, e caminhei até a cozinha, tentando me distrair. O cheiro do café fresco não tinha o mesmo efeito de antes. Ao contrário, tudo parecia sem sabor. O que eu realmente queria era Maya ao meu lado, rindo de algo bobo ou me confortando com suas palavras tranquilizadoras.

Enquanto me preparava para o dia, a solidão se tornou opressiva. O silêncio do apartamento era ensurdecedor. Olhei para o meu telefone, pensando que talvez uma mensagem dela pudesse aliviar a angústia crescente. Com um misto de esperança e receio, decidi enviar uma mensagem.

- Oi, Maya. Bom dia! Espero que você esteja bem. Acordei e percebi que você não estava aqui... Senti sua falta. Podemos conversar mais tarde?

Enviei a mensagem e, em seguida, me sentei à mesa, esperando ansiosamente por uma resposta. O tempo parecia se arrastar, e cada minuto sem resposta aumentava a ansiedade dentro de mim. O que ela estaria fazendo? Por que não respondeu imediatamente?

Finalmente, meu telefone vibrou, e meu coração disparou. A mensagem de Maya apareceu na tela.

- Oi, Richard! Desculpe por não estar aí quando você acordou. Eu realmente precisava ir cedo. Tive um compromisso inesperado.

Uma onda de confusão percorreu meu corpo. Compromisso inesperado?

- Tudo bem. Espero que esteja tudo certo.

Respondi, tentando manter a calma. Mas a dúvida começou a se infiltrar na minha mente. O que poderia ser tão importante que a faria sair sem se despedir?

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora