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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑𝐈́𝐎𝐒
DIA SEGUINTE

Eu abri os olhos lentamente, minha cabeça latejando. Olhei em volta, confuso. Não reconhecia aquele quarto. Foi então que me dei conta - eu estava na casa de Maya.

As lembranças da noite anterior começaram a voltar. Nós havíamos bebido muito e transado de uma forma completamente selvagem. Minhas roupas estavam jogadas pelo chão, a cama uma bagunça.

Sentindo-me sujo e ressacado, me levantei devagar. Meu corpo doía, sinal de que havíamos nos entregado completamente ao prazer. Eu mal conseguia me lembrar dos detalhes, mas sabia que tinha sido uma noite intensa.

Caminhei até o banheiro, me olhando no espelho. Meu rosto estava amassado, meus cabelos despenteados. Parecia que eu havia envelhecido uns dez anos durante a noite.

Suspirei pesadamente, passando a mão pelo rosto. Eu não estava acostumado a acordar em casas alheias, muito menos com a ressaca que me assolava agora. Geralmente, era eu quem mandava as minhas ficantes embora assim que terminávamos.

Mas com Maya, as coisas pareciam ser diferentes. Ela tinha algo que me atraía, algo que me fazia querer ficar. Talvez fosse a sua beleza estonteante, ou quem sabe o seu jeito misterioso. Ou quem sabe, eu só estivesse caindo em suas malhas, me deixando levar por seus encantos.

Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Eu não podia me deixar dominar por sentimentos. Sexo era apenas sexo, não havia espaço para emoções. Pelo menos, era isso que eu acreditava.

Voltei para o quarto, procurando minhas roupas. Mas antes que eu pudesse me vestir, Maya entrou no cômodo, carregando uma bandeja com café da manhã.

— Bom dia, dorminhoco – ela disse, com um sorriso radiante nos lábios. — Pensei que você fosse ficar dormindo o dia inteiro.

Eu a encarei, sentindo-me um pouco desconfortável. Não estava acostumado a receber esse tipo de tratamento. Normalmente, era eu quem dominava a situação.

— Obrigado – murmurei, pegando a bandeja das mãos dela.

Evitei olhar em seus olhos, com medo de me entregar.

Maya se sentou na cama, me observando com atenção. Eu podia sentir seu olhar queimando em minha pele, me deixando ainda mais inquieto.

— Você parece cansado – ela comentou, passando a mão suavemente pelo meu braço. — Deve ter sido uma noite agitada, hein?

Eu engoli em seco, assentindo levemente. Não sabia o que dizer. Aquela situação me deixava desconfortável. Eu não estava acostumado a me sentir tão vulnerável.

— Foi uma noite... interessante – respondi, finalmente, forçando um sorriso. — Mas eu realmente preciso ir. Tenho um treino importante hoje.

Ela assentiu, mas não se moveu. Continuou me encarando, com aquele mesmo sorriso enigmático nos lábios.

— Então... a gente se vê por aí? – Eu perguntei, me levantando da cama.

— Claro – ela respondeu, seus olhos brilhando com algo que eu não conseguia decifrar. — Eu estarei por aqui, te esperando.

Eu assenti, sentindo-me ainda mais desconfortável. Aquela mulher me deixava completamente fora do meu elemento. E, pela primeira vez, eu não sabia como lidar com isso.

Terminei de me vestir rapidamente e me despedi, praticamente fugindo dali. Assim que cheguei em casa, joguei-me na cama, enterrando o rosto no travesseiro.

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora