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𝐌𝐀𝐘𝐀 𝐑𝐄𝐈𝐋𝐋𝐘
DEPOIS DA FESTA...

Richard me levou para seu apartamento após a festa, e era agora que eu ia intensificar meu jogo de manipulação mas ainda que pareça natural. Assim que entramos no apartamento de Richard, a atmosfera mudou. A luz suave das lâmpadas criava um ambiente acolhedor, mas havia uma tensão no ar que era palpável. Ele me conduziu até o sofá, e eu não pude deixar de notar como tudo ali refletia um pouco da personalidade dele — elegante, mas com uma pitada de egocentrismo.

— Quer beber alguma coisa? – Richard perguntou, indo em direção à cozinha.

A pergunta era cortês, mas eu sabia que ele estava tentando se manter ocupado, talvez para disfarçar a própria ansiedade.

— Um vinho seria ótimo – respondi, sentando-me no sofá e me acomodando confortavelmente.

Enquanto ele se afastava, aproveitei para observar o espaço ao nosso redor — as paredes decoradas com arte moderna, os quadros com suas blusas em resina, tudo parecia cuidadosamente escolhido. Era uma extensão de quem ele era, egocêntrico.

Richard voltou com duas taças de vinho tinto, e eu sorri ao vê-lo.

— Aqui. – ele disse, me entregando uma taça.

Nossos olhos se encontraram, e eu pude sentir a eletricidade entre nós. Havia algo sobre aquele momento que parecia perfeito, mesmo que a tensão ainda estivesse presente.

— Você realmente sabe como criar uma atmosfera – comentei, tomando um gole do vinho. O sabor era rico e encorpado. — Isso é impressionante.

— Obrigado. Eu gosto de receber bem – ele respondeu, sentando-se ao meu lado.

Havia um brilho de orgulho em seus olhos, e isso me deu uma ideia. Era hora de começar o jogo.

— Você é um cara muito interessante, Richard – eu disse, inclinando-me levemente para mais perto dele. —Sempre tão confiante e seguro de si. Deve ser fácil para você conquistar o que quer.

Ele sorriu, claramente lisonjeado.

— Eu tento. A vida é muito curta para não aproveitar cada momento, certo?

— Exatamente – respondi, deixando minhas mãos deslizaram suavemente sobre o braço dele. O toque era sutil, mas intencional. — E você parece saber exatamente como aproveitar a vida.

Richard parecia relaxar, e eu continuei a explorar a conversa, enquanto minhas mãos se moviam lentamente.

— Mas você já parou para pensar no que realmente deseja? – perguntei, olhando nos olhos dele com uma expressão que misturava curiosidade e desafio.

— Desejo? Bem, eu quero ter sucesso, claro. E me divertir – ele respondeu, mas havia uma hesitação em sua voz, como se estivesse se perguntando se havia algo mais profundo.

— E quanto ao amor? Relacionamentos? – continuei, tomando outro gole do vinho. — Você realmente acha que as pessoas o conhecem da maneira certa? Ou será que você se esconde atrás dessa confiança?

Ele pareceu surpreso com a pergunta.

— Acho que as pessoas me conhecem bem o suficiente. Mas relacionamentos são complicados. Não quero me envolver em algo que me prenda.

— É compreensível – respondi, com uma voz suave. — Mas às vezes, você pode estar perdendo a oportunidade de conhecer alguém que realmente vale a pena. Alguém que pode te surpreender.

— Você acha que eu estou perdendo isso? – ele perguntou, a curiosidade agora evidente em seu olhar.

— Talvez – disse, inclinando-me um pouco mais para ele, deixando que a proximidade criasse um clima mais íntimo. — Às vezes, as melhores coisas vêm de onde menos esperamos. Você já parou para pensar que talvez tenha medo de se abrir?

Fogo Do Karma. - Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora