rei mafioso-06

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Ana Flávia povs
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Descansa, me ama
Me experimenta de remédio pro seu medo, de oito em oito segundos te dou um beijo, eu vou curar seu medo

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O calor em excesso que estava sentindo
acabou por me despertar; na realidade, tal calor era proveniente do corpo do meu marido que, me acolhia entre os braços e mantinha uma de suas pernas por entre as minhas. Me desvencilhei dele e virei-me de frente, com o intuito de levantar, porém não foi isso que fiz pois, me permiti admirá-lo alguns instantes. Ainda era cedo e o sol não tinha raiado, talvez por isso ele dormia, afinal, Gustavo sempre acorda cedo.

Na noite anterior chorei bastante, tive raiva quando ele saiu para atender aquela ligação longe de mim, comecei a pensar sobre esses últimos dias e fiquei
destruída ao cogitar a possibilidade de estar sendo enganada, milhares de explicações mirabolantes surgiram
e foram esmagando minha razão desenfreadamente, traição era sem dúvida a pior delas e a que mais se encaixava nas suas ações.

Após derramar todas as minhas lágrimas, vi que nada daquilo tinha fundamento, afinal, ele já havia dito que seria sua única esposa, pois via o sofrimento da mãe ao ter que compartilhar o marido com outras
mulheres, mas ainda assim, isso não me impediu de ficar chateada, uma vez que, ele está sempre me privando de sua vida. Gustavo não me responde como deveria quando questiono como foi o seu dia, ele apenas muda de assunto,
também não comenta nada sobre ele, ou o que está sentindo. Tomei uma decisão e para mim chega, não vou mais aceitar respostas pela metade, quero um esposo
completo.

— Vai me dizer o que se passa nessa sua
cabecinha ou pretende ficar me admirando por horas a fio? — indaga com seu timbre rouco e eu tomo um leve susto.
— Há quanto tempo está acordado? — inquiro jogando minha cabeça de volta no travesseiro.
— Desde que você se afastou — responde e sorri de lado virando a cabeça em minha direção.
— Ansiava que acordasse com tempo para conversarmos, antes que, precisasse ir — explico e seu sorriso vai aos poucos se desfazendo dando espaço a um longo suspiro.
— Nunca te traí, princesa — diz antes de mais nada e eu aquiesço. — Quer dizer, não depois que nos envolvemos, pois, quando te trouxe ao palácio ainda
estive com outras, nos primeiros dias em que...
— Eu sei, você sempre foi sincero comigo — interrompo-o. Dói ouvir que ele esteve com outras antes de mim, mesmo que ainda não tivéssemos nada. — Fiquei confusa entende? Você nunca me diz nada, então, não me culpe se explicações irreais surgiram — comento
olhando-o nos olhos.

Gustavo quebrou nosso contato visual e,
ergueu a camisa dele que eu usava por minhas coxas até tê-la acima do meu estômago. Estava sem nada por baixo
da camisa. Observei seus movimentos em silêncio, sem nenhuma timidez por estar tão exposta diante dele, quando estamos juntos fico mais desnuda do que vestida e acredito que acabei me acostumando.
— Não te culpei por nada, Ana Flávia, apenas não tinha cabeça para me defender e, naquele momento, optei por sair e deixar que se acalmasse — revela se remexendo até ter sua cabeça deitada cuidadosamente em meu ventre.
— E agora, nós podemos conversar? —
pergunto e levo minha mão direita aos seus cabelos.
— O que você quer saber? — indaga
segundos depois.
— Tudo, quero que confie em mim como eu faço contigo — respondo sentindo seu cabelo entre meus
dedos. — Minha mãe dizia que um casamento de sucesso é aquele onde se vive em conjunto, se compartilha
momentos bons ou ruins enfim, que o casamento é para dividir o fardo de toda uma vida — falo e seus olhos
procuram os meus antes dele sentar-se no colchão.

Deixei minhas mãos caírem em cima da minha barriga observando Gustavo passar as mãos pelos cabelos, antes de, levantar e colocar a cueca. Sentei
também recostada a cabeceira da cama, esperando por alguma colocação dele a respeito do que falei.
— Você está certa, vida — articula minutos depois de um silêncio carregado se estabelecer. — Mas há de concordar comigo que o nosso casamento não foi e nem é comum.
— Por que você não me deixa entrar, só estou tentando crescer como me pediu, contudo, assim fica difícil realmente fazer dele uma coisa boa para ambos —
digo exasperada.
— Eu só estou tentando te privar do meu verdadeiro eu, você não me conhece totalmente, Ana Flávia, e isso não é algo ruim — expõe andando até a janela.
— Então me deixa te conhecer, por que eu te amo e quero saber tudo que lhe diz respeito — retruco suavemente.
— Será que ama mesmo? — murmura de modo quase inaudível mas, consigo ouvi-lo e foi como receber um tapa.
— Você dúvida de mim e dos meus
sentimentos? — indago e não consigo prender as lágrimas que teimam em cair.
— Não amor, não foi isso que... o que eu
quero dizer é que você ama a parte de mim que você conhece, eu nunca duvidei de você ou dos seus
sentimentos — explica se virando para mim.
— Quando o amor acontece, não se ama pela metade. Ama-se o todo, Gustavo. E o meu coração não te escolheu por acaso — fungo. Ele se direciona a paisagem da janela outra vez.
— Receio que você repense seus sentimentos Ana Flávia, receio que.... tudo bem, quer saber o que fiz
todos esses dias? Eu estrangulei um homem, cortei outro em pedacinhos, torturei outro até a morte, distribuí drogas e prostitutas, abri casinos, e tudo de ruim que você possa imaginar eu fiz — desabafa como se odiasse a si mesmo e confesso que me vejo assustada.

Garota traficada-miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora