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Gustavo povs

Depois do telefonema do meu pai, dirigi até o porto clandestino e, por horas, fiquei averiguando a chegada dos armamentos junto a meus homens. Já eram umas quatro e meia quando o
processo é encerrado. Volto para o palácio.
O sol já dava espaço para a lua quando chego exausto em meu quarto. Mesmo que não fosse quase noite, nada me impediria de tirar um bom cochilo logo após um banho, é claro. No entanto, ao olhar pra minha cama, já não sei se essa é a melhor alternativa uma vez que meu membro extasiado deu uma guinada ao se deparar com a porra da visão do paraíso.
Como a mais bela obra esculpida pelo criador, tenho o privilégio de prestigiar minha noiva completamente nua. Sua pele branca está avermelhada por causa dos raios do sol poente que atravessam a janela e enchem o cômodo lindamente deixando aquele corpo ainda mais sedutor e realçando suas curvas.
E como se não bastasse o corpo para encher meus olhos, ainda têm seus cabelos morenos que estão espalhados pelo meu cobertor, os seus lábios rosados e convidativos entreabertos
instigando a minha curiosidade de saber como seria observá-los soltar gemidos em meio ao êxtase do mais inigualável prazer. Os seus seios medianos durinhos e rosados implorando meu toque, o seu
abdômen extremamente feminino despertando em mim uma vontade enorme de deixar ali mordidas
suaves e fortes tudo ao mesmo tempo, suas cochas definidas cativando meu lado dominador. Minha vontade é de agarrá-las enquanto estoco fundo em sua intimidade e, por falar em intimidade, Alá, que coisa
mais delicada e chamativa é a daquela obra divina rosada. Quanta perfeição!
Com um suspiro de satisfação continuo a apreciar a vista à minha frente, mas, onde estou, observo que em seu braço ainda paira o soro posto por Bala. Eu me aproximo para retirá-lo.
Pego sua mão macia e ela suspira em seu sono. Arranco com cuidado a agulha da sua pele e devolvo sua mão ao seu devido lugar.
Ao seu lado há uma bandeja. Pego-a e caminho até o pequeno balcão da adega para colocá- la ali, onde também se encontra os cacos da minha garrafa de perfume. Tudo vai ficar do mesmo jeito
até uma certa boneca recolher.
Volto à cama onde pego a embalagem do soro para jogar no lixo e a toalha úmida que provavelmente cobria o corpo da minha boneca.
Dirijo-me ao banheiro para tomar um banho e, de preferência, um bem gelado para controlar minha ereção antes que faça uma besteira.
Após o banho e minha higiene noturna estarem concluídas, volto ao quarto da forma que vim ao mundo. A verdade é que sempre dormi assim e isso não vai mudar agora.
Com dificuldade tiro as cobertas de debaixo do corpo da minha boneca e a arrumo confortavelmente antes de deitar ao seu lado puxando seu corpo de encontro ao meu e inalando o
cheiro de sua pele sedosa.
Adormeço com a promessa de que no dia seguinte ela vai aprender a não me desafiar novamente, principalmente, depois do seu castigo.
Acordei excitado com uma ereção sem precedentes roçando a pele macia, sedosa e quentinha das nádegas da Ana Flávia. Uma das minhas mãos pairavam na barriga da minha boneca e, confesso, que me vi tentado a escorregar meus dedos um pouco mais pra baixo até seu sexo rosado e acordá-la com o estímulo deles traçando pequenos círculos em seu clitóris.
O meu cheiro estava em seus cabelos pretos onde meu rosto estava submerso. Seu corpo frágil e pequeno emaranhado ao meu traziam sentimentos conflitantes, como, por exemplo, a guerra incoerente travada em minha mente ao pensar que, apesar do desejo que me corrói em estar apenas
abraçando-lhe, é reconfortante a sensação de serenidade, conforto, comodidade, e ao mesmo tempo...
Caramba! Penso desconfortável com o rumo dos meus desvaneios.
Espreguiço-me e a puxo em minha direção ainda mais, se é que é possível. Tenho vontade de apertá-la e nunca mais soltar, por isso mesmo ao invés de me levantar, permaneço deitado
apreciando todas as sensações que estou sentindo, por mais que estas estejam quase me enlouquecendo.
Ela fica ofegante por causa do meu aperto deixando escapar um pequeno gemido. Então, cuidadosamente, pega meu braço de sua barriga entre as suas mãozinhas trêmulas e se desvencilha
dele.
Ela escora os cotovelos no colchão e com um contorcionismo plausível se ergue apoiada neles. Consigo visualizar seu seio desnudo e, logo depois, seu rosto. Este estava na altura do meu
peitoral, porém, ela o ergue e eu consigo fitar seus globos oculares que quase saltam dos seus devidos lugares quando seu olhar cruza com os meus.
Observo-a em silêncio e ela me segue um tanto desconfortável sob minha avaliação. No castanho daqueles olhos, podia ver uma mistura de sentimentos, terror, aflição e antecipação.
Ainda fitando-a, resolvo me aproximar mais. É como se um ímã invisível me instigasse a fazer tais movimentos, precisava com urgência sentir sua pele sob meu tato, mas também não quero
que ela se assuste, afinal, devo isso a Murilo e não pretendo machucá-la.
Devagar, ergo uma das mãos e acaricio sua bochecha ganhando o presente de vê-la fechar os olhos em apreço. Tomo o gesto como um sinal verde e me aproximo. Beijo sua bochecha e, sem
vê-la negar meu toque, continuo explorando seu pescoço cheiroso — na verdade, o meu cheiro. Acho que ela usou minhas coisas, por isso, faço uma nota mental de sair com ela para compramos as dela quando me sobrar algum tempo. — Beijo seu nariz e, ao mordiscar o nódulo da sua orelha, ouço
outro pequeno gemido que faz meu pau latejar. Sem aguentar um segundo sequer daquela tortura, colo nossas bocas.
O paraíso era nada comparado ao sabor da minha Naflávia. Tão bom, que precisei diminuir o ritmo e degustar aquele néctar vagarosamente por alguns instantes. Porém, o tesão logo se faz presente e eu subo a mão pela nuca adentrando suas madeixas pretas, segurando-as em punho fechado e trazendo seu corpo para cima do meu, tendo a doce sensação de estar com o meu membro tão próximo do meu objetivo. Seus seios estão esmagados por meu peito, além daquelas mãozinhas ali
espalmadas. Com a outra mão, toco a pele das suas costas sentindo os pelos eriçados. Seu corpo inteiro treme sob meu toque.
Louco de luxúria e desejo, tento aprofundar o beijo, no entanto, seu corpo congela. Abro os
olhos e fitando-os vejo uma variedade de dúvidas. Querendo trazê-la de volta ao clima, prendo seu lábio inferior entre os dentes e sugo-o ainda com o olhar nos seus. Sua respiração rápida no meu rosto, seu coração acelerado é perceptível quando ela murmura quase sem voz:
— Eu nunca fiz isso. — revela e, logo em seguida, sua pele alva fica vermelha como uma pimenta madura.
— Percebi.— digo e rio da forma como corou com essa simples revelação. Imagina se ela soubesse o que minha mente pervertida quer fazer com esse seu corpo pequenino e perfeito.
Ana Flávia encolhe com os olhos brilhando pelas lágrimas não derramadas olhando, em seguida, para qualquer direção menos pra mim.
— V-você p-pode hum me s-soltar? — questiona com uma lágrima trilhando seu rosto.
— Por que raios está chorando? — pergunto ainda com um tesão do caralho, porém, sem entender o porquê do choro.
Solto-a do meu aperto e ela levanta como uma flecha, tão rápida, que quase caiu no chão.
Seu rosto, sempre expressivo, demonstra vergonha, mágoa e até mesmo medo.
Ao se dar conta que está nua, cora violentamente outra vez e puxa o lençol esquecido ao meu lado. Sem nunca olhar em minha direção, corre para o banheiro.
Confuso, sento na cama fitando a porta e tentando entender o que acaba de acontecer. E, mais uma vez, em menos de uma semana, volto a me questionar por que diabos as mulheres são tão
difíceis de entender. Frustrado e de bolas rochas, me jogo contra os travesseiros. Ao fechar os olhos,
lembro daquele corpo delicado, macio e delicioso, além da visão que tive dele exposto em minha cama ontem só para o meu deleite. Poderia pegá-la de jeito, mas, por incrível que pareça quero que
ela seja minha por sua própria vontade.
Sem peceber, minha mão ruma em direção ao meu membro e inicia movimentos ritmados imaginando minha boneca recebendo meu pau no seu canal apertado. Aqueles pequenos gemidos que ouvi há pouco saindo por entre seus labios rosados, seus seios medianos em minha boca enquanto ela
se contorcia de prazer.
Merda! Não vou me masturbar feito um adolescente cheio de hormônios pelo simples fato de beijá-la. Aliás que merda é essa que estou fazendo?
Saio da cama e vou até meu closet para escolher meu smoking do dia. E é isso que estou fazendo quando batidas na porta me destraem da tarefa. Enrolo outra toalha na cintura e vou ver de quem se trata.
Abro uma brecha da porta para que a pessoa lá fora não veja que estou de toalha, mas a porta é escancarada pela boo que passa por mim como um furacão.
— Bom dia, irmão. Cadê a Naflávia? Vim retirar seu soro, pois ontem acabei adormecendo.
— diz procurando a Ana pelo quarto.
Bufo me escorando na porta com os braços cruzados enquanto a doida da minha irmã procura a Ana por todo lado até mesmo em meu closet.
— Bom dia, princesa, e não se preocupe eu já cuidei disso. — respondo calmamente observado-a.
— Tudo bem, mas e ela? Onde está? Sei que saí cedo e vim lhe buscar para tomar café comigo. — minha irmã vira em minha direção e, ao perceber que estou de toalha, vejo que está envergonhada.
— Ela está tomando banho e receio que vá preferir tomar café aqui mesmo. Já pedi ao vetuche que o trouxesse.
Vejo-a processando minhas palavras antes dos seus olhos brilharem, provavelmente, formulando alguma explicação sentimentalista uma vez que ela é tão ingênua como uma criança.
— Bom, se é assim, eu vou indo. Diz que mandei um beijo. Aproveita e lhe dê um por mim.
— fala maliciosa e me pisca um olho alçando a porta com pequenos pulinhos.
— Até logo, princesa. — exclamo fechando a porta com impaciência.
— Grosso. — berra fazendo birra.
Penso, aturdido, como minha irmã sabe ou desconfia sobre o que acontece quando um homem e uma mulher estão juntos num quarto. Ela nunca presenciou um beijo entre um homem e uma mulher, digo, nunca mesmo. Contato com homens que não fazem parte da família, ela só teve com o
Bala, porém, ele nunca olharia pra ela com luxúria, já que suas periguetes são todas fisicamente perfeitas aos olhos da sociedade — não que minha irmã seja feia, quer dizer, isso nem eu sei, mas
observando seus genes, duvido muito que sua beleza não seja deslumbrante. No entanto, para meu alívio, o niqabe, que mostra apenas os seus olhos, esconde sua beleza — mas o que realmente quero dizer é que não sei de onde diabos ela tirou essa de aproveita e a beija por mim.
Balanço a cabeça encabulado e volto ao meu closet para me vestir. Queria tomar um banho, mas com a Ana lá, é impossível. Outra maluca que tenho que instruir. Penso me vestindo. Chego
a cogitar a ideia de tomar banho num quarto de hóspedes, mas não sei se teria saco para me explicar, acaso alguém me visse. Por isso, decido que o banho fica para quando voltar do escritório.
Imagens da minha boneca nua transitam em minha cabeça quando olho a cama desarrumada e, então, me recordo de que preciso lhe dar algo pra vestir. Vou até o telefone e peço que comprem algo bem comportado o mais rápido possível. Aproveito e mando trazer um café reforçado, além de
uma refeição, ambos apresentáveis a uma mulher brasileira. Enquanto aguardo, escrevo um bilhete informando o porquê das roupas e comida. Deixo claro também que quero os cacos da garrafa recolhidos quando voltar. Depois de pronto, dobro o
papel e ponho num envelope.
Esperei ainda uns trinta minutos para que trouxessem o que pedi. Coloquei a caixa e o bilhete sobre seu travesseiro e só então fui trabalhar deixando minha boneca trancada no quarto.
A manhã passou rápido. Há várias questões econômicas do país que tive que resolver uma vez que meu pai estava muito mal hoje e não pôde cumprir suas funções de rei.
De tarde precisei visitar um dos cassinos da máfia onde um traidor estava. Dei-lhe uma bela lição, quer dizer, lição não porque morto não decora nada, não é mesmo? Enfim, a tarde também
passou muito rápida. Depois que voltei ao palácio, ou melhor, ao meu escritório, ainda revi algumas questões.

Garota traficada-miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora