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Gustavo povs

Minha irmã saiu arrastando Ana Flávia enquanto eu fiquei ali parado observando-as saírem do  meu campo de visão. Acabei esquecendo de comentar sobre o anel de noivado que darei à Ana Flávia  amanhã no nosso primeiro dia de comemoração do casamento, momento conhecido como Mangni.
Hoje cedo também mandei abrir as fronteiras, porém, ainda não descobrimos quem foi o mandante do ataque à máfia, ou melhor, o ataque contra mim. E isso está me deixando frustrado, mas o caralho que eu não vou achar o filho da puta que feriu meu irmão.
O casamento será amanhã ao meio dia e havia muito o que resolver também — apesar de ter um batalhão responsável por toda a cerimônia que durará três dias — tinha coisas como os vestidos que devo comprar para presentear a minha gata, as joias e ver como ficará a parte onde deveria pedir permissão do seu pai e ainda precisava ir ver Murilo para saber o que diabos ele quer
me mostrar.
— O que está fazendo aí parecendo uma estátua?
Pensando em Murilo...
Tento abrir as abotoaduras da camisa para arregaçar as mangas.
— Nada, estava justamente indo te ver. — respondo concentrado na pequena tarefa.
— Eu também estava indo te procurar. — fala sério. — Podemos ir tomar café. Ainda tenho tempo. — conclui olhando seu relógio de pulso.
Franzo o cenho realmente intrigado.
— Aonde vai? — questiono.
Ele tira os olhos do relógio com a expressão em branco.
— Tenho que cuidar de algumas coisas. — fala evasivo.
Assinto encerrando o assunto, afinal se ele não quer dizer, não sou eu quem vai insistir.
— E o seu ombro como está? —pergunto enquando descemos a escada rumo ao salão onde o almoço será servido.
— Bem melhor. — responde olhando para o braço.
Seguimos pelo corredor e eu balanço a cabeça em entendimento à resposta. Andamos em silêncio alguns segundos e eu me lembro da sua confissão sobre gostar da garota do leilão.
— E a garota? — me vejo indagando.
Murilo para e cruza os braços me fazendo parar também. — Que? Vai me entrevistar agora? Tem que marcar horário na minha agenda. — gargalha e
eu rio.
Entre risos e conversas sem sentido algum, seguimos o caminho e enfim alcançamos o nosso objetivo.
Não havia ninguém além de nós dois ali, então, sentamos e nos servimos.
— Me passa os jornais. Quero ver o que aqueles abutres escreveram a respeito do nosso sumiço no jantar. — aponto o jornal próximo a ele após limpar a boca.
Murilo larga os talheres e os pega me entregando em seguida.
— Nada demais. Boo mente que é uma beleza. — sorri sozinho e isso me preocupa. Às vezes a boo não tem filtro entre o cérebro e a língua.
— O que quer dizer? — franzo o cenho.
Huff volta a comer, limpa a boca e toma um pouco de suco antes de apontar com o queixo para as folhas em minhas mãos e responder:
— Veja por si mesmo.
O príncipe Gustavo Pieroni Mioto declara que vai casar! É o que está escrito na manchete da primeira página do jornal mais adquirido do país.
Continuo a leitura.
Em um jantar no palácio para poucos convidados e imprensa ontem à noite, fomos surpreendidos pelo anúncio do noivado relâmpago entre o príncipe Gustavo Mioto, o mais indicado na linha de sucessão ao trono, com uma brasileira de beleza estonteante.
O príncipe caçula Murilo Huff Mioto revelou que a relação foi consequência da viagem que os dois fizeram ao Brasil recentemente, onde o seu irmão teria conhecido a brasileira.
Olho pra Huff sobre o jornal com as sobrancelhas arqueadas.
— Só a Boo que mente bem é? —ironizo.
Ele dá de ombros sorrindo e eu prossigo a leitura.
O que chocou a todos foi o desaparecimento do casal após um brinde em homenagem ao noivado dos dois. A princesa caçula Bruna uzueta Mioto explicou que ambos seguiram para lados opostos, pois iriam descansar para as comemorações que virão.
Amanhã ao meio dia se realizará o Mangni e assim seguirão os dias de festa.

É tenho que concordar que minha irmã convence qualquer um que uma formiga pode atravessar o mar, principalmente, quando aqueles olhos azuis ficam pidões…
— Já descobriu quem está por trás do ataque? — Huff questiona ao me ver largar o jornal. — Não, mas eu vou descobrir. — afirmo.
— Receio dizer que não será necessário.
— Sabe quem foi o mandante? —pergunto confuso.
— Sim, o maldito Rodolfo Alessi — declara me deixando atônito.
Bufo voltando a bebericar meu suco.
— Claro que não! Por que ele faria isso? — questiono descartando a sua "grande
descoberta".
— Porque você o desafiou ao roubar sua diversão. — retruca ainda tentando me convencer dessa maluquice.
— Eu? Irmão, você deve estar delirando. Talvez sejam os medicamentos que teve que tomar. — digo sarcástico.
— Estou dizendo a verdade. Só me escuta. — assinto e ele prossegue. — Hoje cedo pedi as fitas de vídeo daquele dia do leilão aos seguranças. Queria... queria... bom não importa. O fato é que
eu vi que foi Rodolfo Alessi quem arrematou a virgindade da Ana Flávia no leilão. Pouco depois ele é visto furioso passando dinheiro a um dos nossos. Suspiro.
— Merda! Se é assim você pode ter razão...
— Eu não posso. Eu tenho razão. Coloquei o soldado contra a parede e sob tortura ele acabou confessando que o velho queria saber quem tinha acabado com sua farra aquela noite. O
soldado confirmou a Alessi, que tinham sido ordens da Lavinia, a seu pedido.

Garota traficada-miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora